Aos 82 anos, o cartunista Ziraldo poderia ter mantido suas opiniões homofóbicas para si próprio, mas resolveu externá-las.
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Questionado pelo jornal mineiro Hoje em Dia sobre o que pensa do casal lésbico da novela das nove, Babilônia, Ziraldo disse nada muito diferente do que pastores evangélicos ou comentaristas fundamentalistas de grandes portais da internet costumam pensar sobre o tema.
"O problema da homossexualidade é que ela está hiperdimensionada. A TV Globo acha que está fazendo um grande serviço ao ‘modus vivendi’, ao dar chance aos homossexuais de assumirem a sexualidade deles."
E continou: "A Fernanda Montenegro não tem direito de fazer apologia do afeto homossexual. Grandes fãs dela estão estarrecidos com isso. E mesmo que ela estivesse pensando em ajudar as mães dos homossexuais... Mas qual é a porcentagem de mães de homossexuais?", questiona.
Para Ziraldo, "aceitar a homossexualidade em Ipanema é uma coisa. Aceitar a homossexualidade em Caratinga é outra". O cartunista ainda dá um exemplo de como os gays devem permanecer no armário citando uma obra-prima de Guimarães Rosa.
"No livro ‘Grande Sertão: Veredas’, Guimarães Rosa não teve coragem de fazer Riobaldo assumir a homossexualidade dele. Inventou que Diadorim era uma mulher vestida de homem. Isso é uma coisa mineira", conclui.
Em pensar que Ziraldo é autor do livro infantil Flicts, que defende respeito às diferenças e a superação do preconceito por quem é vítima de discriminação. Ele mesmo não entendeu o que escreveu, pelo jeito.