Maior bloco do carnaval de BH e um dos favoritos da comunidade LGBT, o Então, Brilha! vai às ruas, neste sábado 2, nas primeiras horas da manhã.
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O cordão prepara desfile com novos ares. Impactado pelo projeto Escola Brilhante de Artes, criado no segundo semestre de 2018, e com foco nos moradores das comunidades Aglomerado da Serra e da Vila Acaba Mundo, o tema do desfile trata da sociedade marginalizada, o desejo pela justiça social e a defesa dos direitos civis.
E esse movimento começa com a integração dos alunos das favelas ao coro e à ala da bateria – que também terá cor nova, não revelada.
"Queremos evocar o brilho da população que ainda sofre com acesso precário à educação, ao lazer, à renda, à segurança e à saúde. Entendemos que a transformação social que almejamos virá em parte do brilho dessas pessoas", diz Rubens Aredes, coorganizador do bloco e instrutor da oficina de canto.
Outra mudança é a ampliação do repertório, misturando o axé e clássicos de tradição a outros ritmos da música brasileira, incluindo o funk, introduzido na bateria por influência das comunidades.
Por fim, devido ao crescimento nos últimos anos – são estimados 400 mil foliões –, o Então, Brilha muda o local de concentração, na madrugada do sábado para a larga Avenida do Contorno (esquina com a rua Curitiba), no centro, e, ruma à Avenida dos Andradas.
"Nossa expectativa é que o cortejo seja transformador e catártico, um espaço de encontro, de experiências e de troca de amor. Por ser maior, o novo espaço pode agregar ainda mais gente de uma cidade tão diversa e com ainda mais alegria", acredita o maestro-regente e instrumentista Di Souza, coordenador do bloco.
O cortejo também vai contar com a participação de dez crianças da cidade de Buritizeiro, no norte de Minas, de cantores e músicos da periferia de BH e bailarinos de funk do Centro Cultural Lá da Favelinha (Aglomerado da Serra), um dos parceiros do Então, Brilha! na Escola Brilhante, ao lado da Associação Cultural Querubins (Vila Acaba Mundo), da Associação dos Moradores da Vila Acaba Mundo e da ONG Casa de Gentil (Raposos).
Para simbolizar a criatividade em solucionar os problemas de acesso ao lazer e a outros serviços sociais, o cortejo ainda promete atrações coloridas e brilhantes vindas do céu. "Mas serão surpresa, como já é nossa tradição”, diz Aredes.
Para Di Souza, o desfile de 2019 será uma marca para o bloco, pelo contexto de luta e reivindicação de direitos, especialmente no que diz respeito ao uso do espaço público.
"Como diria Gilberto Gil, temos ‘fé na festa’, e acreditamos que o carnaval de rua tem o potencial de provocar nas pessoas a celebração pelo novo e pela luta, mas tendo a alegria como ponto de partida. O objetivo é fazer com que cada um possa se autorrevolucionar por dentro", conclui.
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