Inspirada no filme homônimo, a série Favela Gay está nas telas do Canal Brasil semanalmente e retrata a dificuldade de ser LGBT longe dos grandes centros urbanos.
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Dirigida por Rodrigo Felha - que foi responsável pelo documentário de 2014 - a produção circulou por Rio Grande do Sul, Pará, Bahia e Distrito Federal, dentre outros locais.
Os conflitos familiares, o sofrimento por se manter no armário e envolvimentos com drogas e prostituição são algumas das questões abordadas pelos entrevistados. No filme, Felha mostrava o cotidiano de LGBT em morros e comunidades do Rio de Janeiro.
"Sempre colocam os moradores de favelas e os gays como pessoas diminuídas, sofredoras. Fiz na série o mesmo que no documentário: naturalizei essa gente como a sociedade deve naturalizar. Eu as mostro como elas são. Pessoas que precisam de mais visibilidade para dizer o que pensam, expor seus sentimentos, suas dores e, sobretudo, suas vitórias. A série e o filme buscaram captar a essência dos entrevistados", contou o diretor ao Terra.
Felha conta que teve a sorte de captar recursos em um governo que tratava a cultura como arma da sociedade para absorver conteúdo. "Havia portas abertas. Hoje, com esse desgoverno, a cultura não é mais usada para discutir a diversidade de gêneros para que as pessoas em geral possam ser mais compreensivas e amorosas entre si."
O diretor acredita que a televisão pode ajudar a naturalizar a questão LGBT. "Por exemplo, assim como é normalizado o casamento entre homem e mulher, precisamos naturalizar o casamento homoafetivo. A TV tem o poder de trazer à tona essa discussão e quebrar barreiras. Por isso esse desgoverno diminuiu o orçamento para o audiovisual. Ele sabe que é uma ferramenta de longo alcance que pode deixar um legado."
Favela Gay tem 10 episódios e passa todas as quarta-feiras, às 19h30, no Canal Brasil. As reprises vão ao ar às segundas (12h30) e terças (7h30).