Tuft Squad: BH ganha loja fetichista que faz máscaras e acessórios

Com foco no público gay, estabelecimento fica no Mercado Novo e é criação do figurinista Mauro Gelmini

Publicado em 11/05/2021
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Máscaras de vários tipos de animais são um dos carros-chefe da marca,que nasceu na internet

Belo Horizonte está mais fetichista do que nunca. E a razão é loja no Mercado Novo: a Tuft Squad, dedicada a acessórios fetichistas, tais como máscaras, harnesses, chicotes e correntes. 

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Aberta há poucas semanas, a marca, na verdade, existe há dois anos na internet. Quem produz todas as peças é o professor de artes, figurinista de teatro e cenógrafo Mauro Gelmini.

"Em 2019, eu comecei a fazer as máscaras de dog play e uma loba. Depois disso, a galera do BDSM, do fetiche, começou a me procurar para outros modelos", contou Mauro ao Guia Gay BH.

E daí veio um zoológico todo: gato, cavalo, coelho, porco, urso. O pet play é fetiche que consiste em colocar a máscara de animal e se comportar como ele. 

Em geral, essa é prática de submissos em relacionamentos ou sessões com dominadores. Eles assumem uma persona.

"O uso da máscara também é libertador. Esconder o seu rosto dá mais liberdade, você se sente mais solto para viver sensações, situações", explica.

"Eu costumo dizer que você está usando uma máscara para se libertar da máscara social que você construiu durante uma vida inteira, um personagem que você constrói pra família, pro trabalho, pra escola... E nesse momento do fetiche, você tem de usar uma outra máscara pra se libertar daquela que te prende há anos."

 

Mas não são apenas os fetichistas que procuram por Mauro. A sua grife atende também à comunidade furry. Esse grupo, que existe no mundo todo, é fã de animais ou seres fictícios com atributos humanos, como se vestir inteiramente como um bicho de pelúcia.

Cada máscara vai de acordo com a necessidade do cliente. "Ele imagina a máscara e eu vou junto com ele desenvolver o modelo, de cada animal (que pode ser uma mescla de dois deles)".

"Eu já fui professor de figurino de maquiagem da [Universidade Federal de Minas Gerais] UFMG, passei por vários lugares, e dentro disso aprendi a técnica de confecção de máscaras. A gente trabalha com as proporções áureas do rosto."

Com essas medidas, Mauro, explica, ele consegue calcular se a peça se adaptará ou não ao rosto do cliente. Além disso, há ajuste, com elástico, na parte traseira.

Essa customização dura em torno de 30 dias para máscara de dog, a que mais tem saída. A peça custa R$ 320 em média e Mauro acredita que já produziu mais de 400.

A máscara de cavalo leva mais tempo para ser confeccionada - 60 dias. Seu preço gira em torno de R$ 920.

O artista revela que já vendeu para todo o Brasil - de Santa Catarina a Rondônia - e todos os continentes - da Europa à Oceania. As duas regiões que mais compram? São Paulo e Estados Unidos.

Mauro diz que nunca viu uma grife como a sua em nenhum lugar do planeta. Das lojas que existem na Europa, ele diz que são especializadas em um único animal cada uma. "Que fabrica todos os bichos e nessa quantidade, não conheço."

 

Na pandemia, seu negócio cresceu muito. Ele tirou licença não-remunerada de uma das escolas que leciona e dá aulas on-line em outra e se dedicou ainda mais à grife.

O animal mais exótico que alguém já pediu? O guaxinim é um deles.

A marca atende ainda fãs da cultura leather - que também se interseccionam com o BDSM - e vende caps, harnesses, chicotes e outros itens.

 

A própria loja, em si, é uma atração. Ela foi desenhada como uma masmorra. Há jaula, cruz de Santo André (em formato de "X" para sessões de spanking), mesa de manipulação para práticas como wax play (brincadeiras com cera de vela).

A intenção é abrir o espaço - assim que a pandemia se for - para também sediar palestras e receber eventos, como demonstrações de shibari (técnica de amarração), a interessados em BDSM.

Endereço e horários de funcionamento você tem em nosso Roteiro.


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