Ameaças contra o cantor Johnny Hooker fizeram com o que o Grupo Matizes, que organiza a 17º Parada da Diversidade de Teresina, cancelasse a participação do artista na marcha.
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O evento, que seria realizado em 26 de agosto, também teve a data trocada para 2 de setembro e o show principal agora será com Pabllo Vittar.
Em nota, a entidade afirma que tomou conhecimento de publicações nas redes sociais que incitam a violência e com ameaças de morte a Hooker.
"O cantor não se apresentará mais no show de encerramento uma vez que os órgãos de segurança e tampouco o Matizes dispõem de mecanismos para evitar que as ameaças de 'dar uma surra', 'rebolar pedra' e 'queimar esse bicho vivo' sejam concretizadas por aquelas pessoas que as fizeram, haja vista que o evento acontece em espaço aberto", explica o comunicado.
O Matizes diz que foram feitos prints de comentários em redes sociais com manifestações de intolerância e que estes serão entregues às autoridades para que os crimes sejam apurados.
"Atos de intolerância como os vistos nos últimos dias nas redes sociais locais são patrocinados por pessoas não afeitas à pluralidade de ideias, que pensam o mundo sob a perspectiva excludente e discriminatória, achando 'normal' o 'apagamento' de todos os grupos historicamente discriminados em nossa sociedade, dentre eles, pessoas LGBT", segue o texto.
A parada faz parte do calendário oficial da capital piauiense e nunca teve registros de violência, segundo os organizadores. Em 2017, o evento reuniu cerca de 100 mil pessoas.
Não há informação sobre o porquê da mudança de data do evento. Especula-se que tenha sido para conciliar a agenda de Pabllo Vittar, que foi anunciada de última hora.
A nota não explica os possíveis motivos dos ataques a Johnny Hooker. No fim de julho, durante show no Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco, o cantor se manifestou contra proibição da peça O Evangelho Segundo Jesus Cristo, que retrata Jesus como uma travesti.
"Estou aqui hoje pra dizer que Jesus é travesti, sim. Jesus é transexual, sim. Jesus é bicha, sim, porra", disse o cantor, que depois entoou coro com o público repetindo "Jesus é travesti".