Jean Wyllys afirmou que o secretário de Comunicação do governo Lula é "mau caráter" e que perdeu o cargo que teria na pasta após ataque seu ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
Em entrevista ao canal Bee40tona, o jornalista e ex-deputado federal revelou que foi o próprio Lula, em reunião a três, que incluiu a primeira-dama Janja, em Madri, quem lhe pediu para trabalhar na Secretaria Especial de Comunicação (Secom).
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Wyllys explicou que está concluindo doutorado em uma universidade de Barcelona sobre combate à desinformação e que Lula o procurou justamente para atuar neste sentido, de desmantelar fake news.
Em outra reunião, já em Brasília, e com o ministro que lidera a pasta, Paulo Pimenta, Lula teria sido enfático que ter Wyllys na Secom não era um pedido, mas uma ordem.
Wyllys diz que deixou claro que não queria o posto de ministro nem atuar na linha de frente, uma vez que sofreu muitos ataques na década passada. Seu objetivo era ajudar o governo, mas longe de holofotes.
O jornalista acredita que Pimenta sentiu-se ameaçado e na primeira oportunidade que pôde o "sabotou".
"Ele fez um processo de sabotagem em relação à minha ida pro governo e ele utilizou o tuíte que eu fiz sobre o Eduardo Leite pra isso", disse Wyllys.
Wyllys afirmou que todos os colunistas dos grandes jornais o "defenestraram" durante uma semana para se unir a Pimenta, já que a Secom é a pasta responsável para liberar verba de publicidade do governo.
"Então Paulo Pimenta fez esse trabalho de defenestração da minha imagem de uma maneira sórdida. E eu digo sem medo (...) Paulo Pimenta é um mau-caráter. Essa é a verdade."
Wyllys aponta que não desejava cargo, mas um trabalho para o governo.
"Aí, eu me apaziguei comigo mesmo e falei: 'Jean, há males que vêm pra bem'. Eu vou defender o governo Lula e vou defender a agenda que a gente acredita fora do governo", disse.
"Então, Paulo Pimenta, mau caráter, acabou me fazendo um serviço, um favor. Lula tem toda a minha admiração, a primeira-dama tem toda minha admiração, quando eles quiserem, eu estarei lá de graça pra ajudar no que for preciso, mas eu não preciso estar no governo, muito menos na Secom."
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