Alçado à fama por principalmente atacar os direitos LGBT, o atual pré-candidato à Presidência da República e deputado federal Jair Bolsonaro(PSC) realizou evento, nesta quarta-feira 7, em Brasília, para marcar sua filiação simbólica ao Partido Social Liberal (PSL). O parlamentar pretende ser o mandatário do País por essa agremiação.
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Antes de dar o microfone a Bolsonaro, seu defensor de primeira hora e cogitado como vice-presidente na chapa e também inimigo dos direitos LGBT, o senador Magno Malta (PR-ES) puxou a oração do Pai Nosso.
No discurso, Bolsonaro anunciou algumas promessas de campanha, tais como armar a população e acabar com o Ministério do Meio Ambiente, e criticou LGBT e o movimento arco-íris.
"Respeitamos a família brasileira. Estão (sic) na Constituição que o casamento é entre um homem e uma mulher. Natural. Se eles quiserem morar juntos, vão ser felizes. Mas casamento está na Constituição". Os aplausos e gritos de apoio da plateia foram estridentes.
E continuou. "Eu não tenho nada contra homossexual. Para nós, não é normal. Agora, respeitamos."
O discurso do presidenciável, em primeiro lugar em cenários de eleição sem a concorrência do ex-presidente Lula (PT), teve prosseguimento com uma confusão entre homossexualidade e identidade de gênero.
"Eu costumo dizer: um pai ou uma mãe prefere chegar em casa e encontrar o filho com o braço quebrado por ter jogado futebol do que brincando de boneca por influência da escola. O nosso patrimônio são os nossos filhos e temos que lutar por isso."
Para Bolsonaro, gênero não deve ser tratado na escola. E ele ainda, de forma atrapalhada, atacou importante luta da comunidade trans.
"O Estado não pode fazer esse tipo de barbaridade. Eu nunca vi mulher trans ir em banheiro de homem, por que homem tem de ir no banheiro de mulher?"
Ainda houve posicionamento a respeito do apoio estatal às marchas LGBT. "Nós devemos não patrocinar isso. Quem quiser fazer a parada do orgulho gay, esteja à vontade. Vá ser feliz. Não queremos problemas com vocês nem vocês conosco". E arrematou: "Não podemos fazer essa covardia com as criancinhas".
Nós últimos quase 20 anos, governos federais do PSDB, PT e PMDB sempre deram incentivos para a realização de marchas tanto para realizar campanhas de prevenção de IST/Aids quanto para falar de direitos humanos e promover o turismo, área que Bolsonaro prometeu incentivar. Mas pelo visto, ele quer fazer isso sem contribuir com as paradas como estratégia para elevar o turismo gay, um dos mais importantes no mundo e mais lucrativos.