A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo pode ser revista nos Estados Unidos.
Clarence Thomas, juiz mais antigo da Suprema Corte do país, fez esta sugestão na decisão que derrubou a proteção ao aborto, na sexta-feira 24.
"Em casos futuros, devemos reconsiderar todos os precedentes substantivos do devido processo deste Tribunal", escreveu o juiz conservador.
"Como qualquer decisão substantiva do devido processo é 'demonstradamente errônea', temos o dever de 'corrigir o erro' estabelecido nesses precedentes."
Ele citou três precedentes: as decisões da Suprema Corte nos casos Griswold vs. Connecticut, sobre direito de casais usarem anticoncepcionais, de 1965; a Lawrence vs. Texas, que proibiu qualquer lei que criminalizasse a homossexualidade, de 2003; e a Obergefell vs. Hodges, que legalizou as uniões homossexuais, de 2015.
A decisão Roe vs. Wade, derrubada por seis votos a três, nesta sexta, era de 1973 e garantia a qualquer mulher nos Estados Unidos a realização de aborto.
Com a nova determinação do Supremo, Estados poderão decidir se vetam ou não esta prática. Quase metade dos 50 Estados norte-americanos já aprovou ou aprovará a proibição ao aborto.
"A decisão da Suprema Corte nos trouxe para uma nova era em que eles estão tirando direitos em vez de cedê-los”, disse Rocio Fierro-Pérez, coordenador político da Texas Freedom Network, entidade que defende as liberdades individuais, ao jornal The Texas Tribune.
"O acesso ao aborto é um dos vários direitos fundamentais que estão sob ataque, incluindo nosso direito de voto, justiça racial, direitos LGBT, e todos eles estão interligados com nosso direito à liberdade no qual Roe vs. Wade foi fundamentado.”