Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais nos últimos dias - o de racismo de Arthur Nory contra Ângelo Assumpção - ganhou mais um capítulo.
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No Twitter, o ginasta Gabriel Alves, de 17 anos, que treinou com ambos por anos no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo, denunciou comportamento homofóbico que sofreu de Ângelo durante muito tempo.
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"Em 2014, ainda antes do caso do racismo, Ângelo me apelidou de 'Rebeca Blackout' e de 'Leona', era assim que ele me chamava, nunca pelo meu verdadeiro nome!", afirmou Gabriel.
Os termos fazem referência a vídeos da influenciadora Leona Vingativa.
Gabriel tinha nove anos à época. "Quando entrei no clube, eu tinha o dente da frente quebrado, ainda em 2014! E o Ângelo me comparava com os garotos dos vídeos! Alegando que eu era parecido com os dois! Não só na aparência mas tbm no jeito de 'viado' como ele dizia!"
"Eu realmente ficava mal com os apelidos e falava que não era parecido, que não tinha semelhanças nenhuma, mas ele afirmava que era só questão de tempo pra eu me descobrir! E foi assim o ano de 2014 todinho, sempre 'Rebeca' ou 'Leona'."
"Eu acompanhei o Ângelo de 2014 até 2019, o dia que ele foi desligado do clube! Em todos esses anos os apelidos sempre continuaram, eram sempre os mesmos! Ele nunca mudou comigo! Sempre com o mesmo ego!"
"Até hoje não ouvi um pedido de desculpas e ele nunca me procurou pra falar sobre como ele estragou o meu psicológico quando eu era apenas uma criança! Pois o ego dele sempre foi maior!".
A denúncia de Gabriel não é isolada. Reportagem do UOL de outubro de 2020 mostrava que após o Tribunal de Justiça Desportiva passar a investigar a demissão de Ângelo pelo Pinheiros por suposto caso de racismo, testemunhas ouvidas no processo relataram prática de homofobia e bullying constante de Ângelo contra outros ginastas, sobretudo os mais jovens.
Em vídeo, acessado pela reportagem, Ângelo obriga um ginasta de nove anos - justamente o mesmo Gabriel - a sair do armário (alusão a fazê-lo se assumir) e o deixa constrangido ao dizer: "Sai do armário, viadinho".
O próprio Ângelo teria distribuído os vídeos (há outros além desse) em redes sociais. À reportagem, ele disse desconhecer as imagens.
Nory x Ângelo
O caso de racismo veio à tona em 2015. Vídeos divulgados nas redes mostravam atletas fazendo comentários racistas com Ângelo, como comparando-o a um saco de lixo, em tom de brincadeira.
Nory foi punido por 30 dias, se desculpou, e seis anos depois do episódio continuou sendo atacado nas redes como racista e por ter acabado com a carreira de Ângelo.
Segundo Gabriel, Nory e Ângelo continuaram amigos depois daquela situação. Em 2016, após não se classificar para Olimpíada do Rio, Ângelo começou a faltar nos treinos e competições e apresentar comportamento ainda mais difícil de se conviver.
"Após tudo isso ele só foi piorando, não tinha vontade de treinar mais e só ia pro ginásio pra poder causar! Ele gostava de arrumar encrenca com todos! Principalmente com os menores de idade!", afirmou Gabriel.
"As advertências começaram a chegar e ele foi se perdendo mais ainda, se afastou do Nory e de TODOS os atletas do clube, ngm aguentava mais o jeito que ele tratava os outros! Sempre com desrespeito e ignorância!"
"Discutia com os treinadores, batia boca e queria estar sempre certo em tudo! Começou a não comparecer nos campeonatos em que era inscrito e não tinha mais o compromisso com a ginástica e com o clube!"
"O Nory não acabou com a carreira de ngm, o Ângelo destruiu a dele sozinho! Até pq se ele fosse um bom atleta como dizem, outros clubes já teriam contratado ele, não acha? Mas ngm vai querer um atleta com um histórico desse no seu clube!"
Ao UOL, neste sábado, Ângelo afirma que é vítima de racismo estrutural e que "essa estrutura precisa mudar".