A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, falou que acredita haver uma pressão por garotas se definirem como bissexuais, disse que é preciso dar apoio a filhos de casais homossexuais e tentou esclarecer o "caso Frozen".
Curta o Guia Gay BH no Facebook
À BBC Brasil, Damares afirmou haver pressão para que crianças se assumam transgênero. Quando questionada sobre de quem vem essa pressão, a ministra respondeu se tratar de uma "pressão social" e mudou o foco para as meninas bissexuais.
"Hoje é moda a menina de 12 anos dizer que ela é bissexual", afirmou a ministra. "Hoje, existe uma pressão no grupo que a menina tem que assumir que ela é bissexual. E às vezes essa menina não é. E essa menina tem conflito depois. Temos muitos estudos científicos e até te recomendo, de que a pressão social de a pessoa se declarar bissexual cada vez mais cedo. Pergunte numa sala no Brasil quantas coleguinhas conhecem outras que são bissexuais? Elas vão dizer: quase todas."
Perguntada se considera famílias aquelas formadas por casais de gays ou lésbicas, Damares respondeu que quando fala do fortalecimento de laços afetivos está falando de todas as famílias. "Estas famílias existem e precisam ser protegidas", disse.
"Estas crianças não podem ser discriminadas por terem dois pais. Estas crianças não podem apanhar nas ruas por ter duas mães. Estas crianças não podem estar em depressão porque não aceitam que tenham duas mães. Elas têm que ser acompanhadas, têm que ser vistas como crianças normais."
Damares também contou que sua fala sobre a personagem do filme Frozen foi tirada de contexto. A ministra diz que no vídeo, com menos de um minuto de duração e que viralizou na internet, era parte de uma explicação de uma fala de duas horas.
"Vimos o movimento da ideologia de gênero, de que o segundo desenho viesse forçar que ela viesse gay, que ela viesse lésbica. A minha palestra era: olha, se vocês não concordam com isso, cuidado, a Frozen poderá vir lésbica no próximo filme. Para vocês não serem pegos de surpresa no cinema , porque como é que você vai falar com seu filho, eu acho que é um assunto do pai, e ele tem o direito de decidir a hora de falar sobre isso com seu filho, e aí ele vai ter o seu direito usurpado numa tela e pego de surpresa", disse.
"Então, estou conversando com a família, é o meu segmento, que pensa como eu. E eu estou mostrando uma reportagem, que nós já temos um livro no Brasil que A Bela Adormecida é acordada por um beijo lésbico da Elza. Já tem uma obra no Brasil."
"Então, o que fizeram, não viram o que eu estava mostrando. Eu estava mostrando que já tem uma obra no Brasil e que o filme poderá vir assim. Então, eu estou mostrando, mas recortam um vídeo de 45 segundos de uma fala de duas horas para dizer que eu sou maluca. Mas ainda bem que não fui só eu que disse que ela pode vir lésbica. A própria autora da personagem fala, e foram inúmeras reportagens. Todo mundo pode escrever sobre isso, mas a ministra maluca não pode falar."