Especialista em marcas critica sigla LGBTQIAPN+

Rafa Telles, do perfil Gay por Acaso, chama a suposta identidade queer de incoerente

Publicado em 03/07/2024
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Rafa Telles defende uso da sigla LGBT: 'pequena o suficiente para ser reconhecível'

O designer gráfico especialista em gestão de marcas Rafa Telles explicou por que considera melhor a sigla LGBT do que suas variantes, tal como LGBTQIAPN+.

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"Essa sigla extensa pode, paradoxalmente, diluir a comunicação e fazer com que ela se torne mais difícil de ser compreendida", afirmou Rafa, em vídeo, no perfil no Instagram Gay por Acaso, que ele comanda.

Rafa deu como exemplo positivo a logotipo da entidade de preservação da natureza World Wide Fund for Nature, famosa pela sigla WWF, que apresenta um panda.

"Isso não quer dizer que o panda seja o único animal em extinção. Ele foi usado como símbolo da causa, para facilitar a comunicação e torná-la ainda mais relevante", explica.

Para Rafa, a sigla LGBT é ideal, pois "é pequena o suficiente para ser reconhecível, é sonora e já é entendida pela maior parte do público como de uma comunidade de pessoas não-heterossexuais".

O especialista também pontua sobre a incoerência da letra "Q" de "queer" no acrônimo maior. 

"Por si só, ela deveria significar esse guarda-chuva da comunidade. Por ser uma palavra estrangeira, a gente acabou incluindo ela, mas ela é usada de maneira redundante, porque falar 'comunidade LGBT' e falar 'comunidade queer' já é a mesma coisa. Então, esse Q dentro da sigla extensa acaba sendo uma letra que não faz o menor sentido de estar ali."

"É importante lembra que a sigla LGBT já é inclusiva o suficiente para passar uma mensagem positiva pelo que a gente quer de fato e a complexidade excessiva dessa sigla pode dificultar a absorção dessa ideia por aliados, por pessoas heterossexuais que queiram ajudar nessa causa, mas elas não conseguem compreender o que é dito através dessa sigla tão extensa."

Rafa ainda lembra que o acrônimo tem aumentado a cada ano, o que obstrui ainda mais o entendimento. De fato, nos últimos cinco anos a sigla tem estado em constante mutação. Em 2020, popularizou-se nas redes "LGBTQIA+". Em 2023, foi acrescido o "P" e, neste ano, o "N". 

Há inúmeras outras variações, como o uso de "2S" no início ou "2" no final (de "dois espíritos" para nativos da América do Norte). No mundo, não há consenso. O México usa mais, por exemplo, "LGBTTTIQ", a Espanha, "LGTBI+ (com o T na frente do B)" e Estados Unidos e Reino Unido, "LGBTQ+", dentre outros.

No Brasil, há uma tendência de retornar ao LGBT, especialmente com o sinal "+" no final. Em 2023, a parada de São Paulo, a maior do país, contrariou a maior parte das marchas nacionais e não acrescentou outras letras no fim do acrônimo passando a ser "LGBT+". Na mídia, também tornou-se mais usual, a partir deste ano, ouvir e ler o termo "LGBT+", algo incomum em anos anteriores.

"Defender o uso de apenas LGBT não significa diminuir a causa ou ignorar a diversidade, mas, sim, potencializar a forma como essa mensagem é passada de maneira que a gente consiga efetivamente alcançar o que a gente quer, que é igualdade e respeito", concluiu o especialista.

 


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