Filho gay de Mauricio de Sousa responde a crítica por máscara LGBT

Diretor de eventos deu recado a quem não vê importância em se posicionar publicamente

Publicado em 06/05/2020
Mauro Sousa fala sobre orgulho gay ao dar resposta sobre máscara arco-íris
'Usar a máscara colorida simboliza a esperança de poder viver sem medo'

Filho do cartunista Mauricio de Sousa, Mauro Sousa deu depoimento tocante a respeito da importância de se posicionar e se assumir gay.

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Sousa, que é diretor de eventos da Mauricio de Sousa Produções, divulgou mensagem de seguidor que o criticou após ele publicar foto usando máscara arco-íris.

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"Pra que máscara com bandeira gay? Nenhum hétero usa máscara dizendo sou hétero. Desnecessário, ser gay é a coisa mais normal do mundo", escreveu o seguidor.

Mauro, então, respondeu comentando da dificuldade que sentiu ao ver sua homossexualidade exposta, em um primeiro momento. Depois, diz, "foi o gatilho que eu precisava para o meu amadurecimento".

"Usar a máscara colorida simboliza a esperança de poder viver sem medo (...) Não faça como e não espere um baque acontecer pra se conscientizar da importância de sair da sua zona de conforto", diz.

Leia na íntegra a resposta de Mauro:

"Oi, Israel!

Sabe, eu já pensei como você. Eu também achava que ser gay era supernormal. Levantar bandeira pra quê, se eu estou bem e seguro no meu mundo burguês? Já que não acontece comigo, então é mimimi.

Até que, no ano passado, a minha sexualidade foi amplamente exposta. De repente, todo mundo sabia que eu era gay. E sem que eu tivesse controle, estavam falando sobre mim. Recebi mensagens, das mais amorosas às mais odiosas. Estas, foram cruéis e assustadoras: me xingavam de tudo quanto é nome e ameaçavam a minha integridade física. Meu nome foi parar até em boca de político! Eu e meus pais cogitamos contratar um segurança pessoal pra andar ao meu lado. Eu tinha medo de sair de casa, de ir ao supermercado... tinha medo de morrer. Eu queria ser invisível. Eu fiquei doente. 

Foi um choque de realidade, mas também, foi o gatilho que eu precisava para o meu amadurecimento. É claro que eu não desejo isso a ninguém, mas todo esse episódio me tirou de um estado de alienação e me ampliou horizontes: o mundo era muito maior do que o meu umbigo. E eu tive duas opções, Israel. Ou eu continuava na minha ignorância egoísta ou eu tomava uma atitude. E eu escolhi. Escolhi defender a causa porque como minha família é conhecida e me respeita, eu podia representar uma possibilidade àquele LGBT que se acha um fardo. Usar a máscara colorida simboliza a esperança de poder viver sem medo e, pra mim, acima de tudo, ela expressa a minha transformação em uma pessoa muito mais empática.

Israel, não faça como eu e não espere um baque acontecer pra se conscientizar da importância de sair da sua zona de conforto. Mas faça como eu e opte pelos outros. Tem muito LGBT+ na bad por aí e eles precisam da gente. Porque acredite, Israel, o que eu sofri virtualmente é fichinha perto do que muitos LGBTs sofrem na vida real. Situações que um hétero jamais vai vivenciar.

Espero, de verdade, que você e quem ler este texto, seja LGBT ou não, reflita sobre o quanto "em si mesmados" nós estamos, em um mundo que está urgentemente precisando de mais solidariedade. 

Um abraço, 

Mauro Sousa"

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Recebi essa mensagem referente a foto que postei ontem, com a máscara LGBT+. Compartilho minha resposta com vocês: “Oi, Israel! Sabe, eu já pensei como você. Eu também achava que ser gay era supernormal. Levantar bandeira pra quê, se eu estou bem e seguro no meu mundo burguês? Já que não acontece comigo, então é mimimi. Até que, no ano passado, a minha sexualidade foi amplamente exposta. De repente, todo mundo sabia que eu era gay. E sem que eu tivesse controle, estavam falando sobre mim. Recebi mensagens, das mais amorosas às mais odiosas. Estas, foram cruéis e assustadoras: me xingavam de tudo quanto é nome e ameaçavam a minha integridade física. Meu nome foi parar até em boca de político! Eu e meus pais cogitamos contratar um segurança pessoal pra andar ao meu lado. Eu tinha medo de sair de casa, de ir ao supermercado… tinha medo de morrer. Eu queria ser invisível. Eu fiquei doente. Foi um choque de realidade, mas também, foi o gatilho que eu precisava para o meu amadurecimento. É claro que eu não desejo isso a ninguém, mas todo esse episódio me tirou de um estado de alienação e me ampliou horizontes: o mundo era muito maior do que o meu umbigo. E eu tive duas opções, Israel. Ou eu continuava na minha ignorância egoísta ou eu tomava uma atitude. E eu escolhi. Eu escolhi defender a causa porque como minha família é conhecida e me respeita, eu podia representar uma possibilidade àquele LGBT que se acha um fardo. Usar a máscara colorida simboliza a esperança de poder viver sem medo e, pra mim, acima de tudo, ela expressa a minha transformação em uma pessoa muito mais empática. Israel, não faça como eu e não espere um baque acontecer pra se conscientizar da importância de sair da sua zona de conforto. Mas faça como eu e opte pelos outros. Tem muito LGBT+ na ??? por aí e eles precisam da gente. Porque acredite, Israel, o que eu sofri virtualmente é fichinha perto do que muitos LGBTs sofrem na vida real. Situações que um hétero jamais vai vivenciar. Espero, de verdade, que você e quem ler este texto, seja LGBT ou não, reflita sobre o quanto “em si mesmados” nós estamos, em um mundo que está urgentemente precisando de mais solidariedade. Um abraço, Mauro Sousa"

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É assim: protegido e com orgulho. ?? #pride

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