O candidato a deputado estadual Professor Leone faz de sua vida e suas experiências bandeiras que deseja levar para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Gay, professor, especialista em ciência política e irmão de pessoa com deficiência, o docente de 29 anos de idade e natural de Itajubá tem como sua principal bandeira a educação e a inclusão de segmentos vulneráveis.
Veja mais de suas ideias na entrevista abaixo dada ao Guia Gay BH.
O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em direitos LGBT, mais ainda desafios para cidadania arco-íris. Quais são suas propostas para que o MG avance nesse campo?
Proponho a capacitação dos funcionários públicos, obrigatória, para lidar com a população LGBTQIAP+. Nós temos no Estado três leis que em teoria seriam interessantes, uma resolução também, mas, na prática, somente a educação vai transformar o mundo.
Precisamos desconstruir mentalidades. Eu luto para que cursos de capacitação, e principalmente, orientados por quem tem propriedade de fala e qualificação, se tornem obrigatórios para todas pessoas que lidam com a população.
Infelizmente, sempre ocorrem relatos de pessoas trans e travestis, principalmente, que sequer tem as suas identidades de gênero respeitadas. É preciso informar e desconstruir.
Além disso, pretendemos mapear a comunidade, ir atrás da população com maior índice de vulnerabilidade social, isso vai ocorrer através da nossa proposta de “gabinete mapeado”. Os dados com relação a nossa comunidade são falhos. Os índices de violência e falta de empregabilidade são muito maiores.
Nós iremos capacitar pessoas para levantar os dados mais precisos possíveis e destinar emendas parlamentares para essas regiões de maneira que atendam a população LGBTQIAP+. Essas emendas também priorizarão sistemas que impactam o tratamento de pessoas trans, com convênios para psiquiatras, endocrinologistas e outros especialistas.
Sou professor de cursinho popular e não posso deixar de mencionar que nós fomentaremos a abertura desses cursos. Aí podemos priorizar as demandas LGBTQIAP+, especialmente dos jovens e adultos expulsos de casa ou que não tiveram a oportunidade dos estudos na idade “desejável” pelo sistema.
Fora a questão LGBT, quais seus projetos para a população do MG em geral?
Minha maior preocupação é com a educação. Há seis anos eu lidero e integro movimentos de luta pela educação pública mineira. Nesse sentido, ampliarei a nossa força na luta pelo pagamento do piso salarial nacional. Lutarei contra o projeto privatizador da educação mineira e desse eixo de demandas, priorizaremos verbas para a educação inclusiva.
Sou irmão de pessoa com deficiência e professor de educação especial. Sei muito bem qual é a falha e o que precisamos fazer para solucionar o problema da inclusão em Minas.
Eu me preocupo com a pauta ambiental e lutarei contra o projeto minerador na Serra do Curral. Nós temos mais de 50 nascentes de água correndo risco de serem vendidas para a mineração nesse momento, em pleno tempo de crise hídrica, isso é inadmissível.
Precisamos tornar a serra um patrimônio tombado a nível estadual. Temos propostas para agricultura, cultura, saúde e outros eixos. Sou especialista em Ciência Política e posicionei os temas mais emergentes e possíveis para nos comprometermos.
Em que seu mandato vai se diferenciar ou inovar em relação ao que se tem na política atualmente?
Iremos representar vozes que estão silenciadas na Assembleia Legislativa do Estado. Seremos a voz LGBTQIAP+. A voz de famílias atípicas, pois sou irmão de pessoa com deficiência. A voz dos professores e funcionários públicos. Nós traremos representatividade real para a ALMG.
Além disso, nós nos capacitamos e temos histórico de luta política a anos. Vamos fazer história e renovar a política mineira, demarcar espaços com discurso potente e sem medo de se posicionar. Por todo esse contexto, nós estamos inovando e nos diferenciando dos demais candidatos.
Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay BH com candidaturas de pessoas LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.
