Gay é morto após marcar encontro dentro de casa por app

Luciano Martins foi assassinado a facadas e tiros na Serra, Região Metropolitana de Vitória

Publicado em 25/06/2024
Gay é morto na Serra, no Espírito Santo, após marcar encontro por aplicativo
Instrumentador cirúrgico foi visto pela última vez na sexta e encontrado sem vida no domingo

Com Fábio Rodella

Um instrumentista cirúrgico de 46 anos foi morto após marcar encontro com um homem dentro de sua casa por meio de aplicativo de relacionamentos.

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O corpo de Luciano Martins foi achado, no domingo 23, em um lixão no bairro Civit, na Serra, na Grande Vitória.

Luciano foi visto pela última vez na noite da sexta-feira pela sobrinha, que morava com ele.

No sábado pela manhã, a jovem percebeu que a órtese que ele usava em uma das pernas estava jogada no quarto. Outros itens também faltavam, como perfumes, caixa de som e a chave do carro dele.

Ao G1, um amigo do instrumentista afirmou que a família conseguiu rastrear as últimas atividades no celular de Luciano e viu quais aplicativos ele havia usado.

"Ele marcou esse encontro com uma pessoa, trouxe essa pessoa desconhecida para dentro de casa. Eles provavelmente tiveram algum tipo de relação e, logo depois, a pessoa armada acabou coagindo ele a sair de casa com o carro e levou até um local isolado", relatou o amigo.

Luciano tinha um filho e era homossexual assumido, segundo o amigo.

"Então, foram usados antes do crime vários aplicativos relacionados a contas bancárias. Provavelmente, ele foi coagido a fazer alguma transferência e depois foi morto dessa forma hedionda", finalizou.

Luciano foi encontrado com as pernas e braços amarrados e uma toalha cobrindo o rosto. Ele tinha duas marcas de tiros no rosto e foi esfaqueado no peito e na cabeça.

Segundo a reportagem, na segunda, familiares tratavam do traslado do corpo para Ipatinga (MG), onde ele nasceu.

Após a trágica morte de Leonardo Rodrigues Nunes, de 24 anos, no distrito de Sacomã, em São Paulo, diversos relatos de jovens gays roubados e ameaçados surgiram nas redes sociais. Esses encontros foram marcados através de um aplicativo de namoro, levantando preocupações sobre a segurança dos usuários nessas plataformas.

Muitos aplicativos possuem já ferramentas de segurança do usuário. No debate sobre a questão judicial, há opiniões de que as empresas fornecedoras desse serviço podem ser responsabilizadas em esfera cível e não criminal. 

Assim pensa o presidente da Comissão da Diversidade Sexual e Gênero da OAB Bahia, Dr. Ives Bittencourt.

"Entendo que o aplicativo deve ser responsabilizado por permitir a ocorrência de lesões ao usuário, desde que isso seja identificável, como é o caso de perfis falsos. Nesse cenário, são responsabilizáveis tanto a pessoa que usa o nome de outra para promover o perfil falso como o próprio aplicativo, devido à falha no dever de segurança."

 


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