A ativista travesti Symmy Larrat foi anunciada neste sábado 31 como titular da Secretaria Nacional LGBT a ser criada pelo governo Lula e vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos.
Symmy afirmou ter sido convidada ao posto pelo novo ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
'Vai ter TRAVESTI sim no governo e em local de destaque no segundo escalão do Ministério de Direitos Humanos um espaço q nunca antes fora ocupado por alguma de nós. Pela simbologia, pelas nossas vidas e em respeito a toda minha trajetória quero estar a altura da tarefa", declarou a ativista em suas redes sociais.
Pela primeira vez na história, a pasta LGBT será uma secretaria, nível gerencial acima das pastas nos governos anteriores, em que a pauta LGBT foi cuidada por coordenação ou gerência.
Trata-se de volta de Symmy ao posto de comando que ela teve durante os seis anos da gestão Dilma Rousseff (2011-2016), quando exerceu a coordenadoria-geral de Promoção de Direitos LGBT da Secretaria de Direitos Humanos.
Filiada ao PT, Symmy tentou vaga na Câmara dos Deputados, em outubro de 2022, por São Paulo. Ela foi a primeira candidata trans pelo PT no Estado. Seu número foi 1369.
A ativista conquistou apenas 5.400 votos e ficou como suplente. O Tribunal Superior Eleitoral mostra que a campanha recebeu pouco mais de R$ 1,1 milhão para gastos.
Desde 2017, ela é presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
Antes disso, Symmy geriu o Transcidadania, pioneiro programa implementado pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de reintegração social e resgate da cidadania de pessoas transexuais.
Symmy é natural de Cametá (PA), tem 44 anos e cursou jornalismo pela Universidade Federal do Pará, mas abandonou o curso. Ela fala de forma aberta que já se prostituiu.