A Academia TransLiterária acusa a organização da Virada Cultural de BH de censura.
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O grupo, que existe há três anos, tinha agendada performance chamada "Coroação da Nossa Senhora das Travestis - Um Atraque Literário" para ser realizada no sábado 20 no Espaço Rio de Janeiro.
Na sexta-feira 19, no entanto, o grupo soube que a apresentação foi cancelada em reunião com representantes da Secretaria Municipal de Cultura. O motivo foi a associação da performance com símbolos religiosos.
"Contextualizamos também a trajetória e ações artistico-sociais promovidas pelo coletivo numa tentativa de reverter a censura imposta pelo prefeito Alexandre Kalil e Arquidiocese de Belo Horizonte na figura do arcebispo Dom Walmor", afirmou o coletivo em nota em suas redes sociais.
"Se a referência de base são alguns símbolos religiosos, por outro lado não se trata de substituir nenhum deles por essa nossa imagem", explicam. "Menos ainda trata-se de negar a fé alheia."
"Não é a Senhora Mãe de Jesus aqui, mas uma Outra Senhora, a nossa travesti, moça que é diariamente excluída do convívio social (olhada com horror e desdém), do mundo da arte e da cultura (condenada a nunca ter ideias ou opiniões), da economia (restando-lhe só a prostituição), das ruas (salvo as esquinas dessa mesma prostituição) e da religião (como se não fosse parte de um mistério maior da vida)."
Leia o comunicado na íntegra: