Um homem foi resgatado após passar nove anos em situação análoga à escravidão em Planura, no Triângulo Mineiro.
Os suspeitos - três homens de 57, 40 e 24 anos - viviam um trisal e aliciavam pessoas da comunidade LGBT em situação de vulnerabilidade oferecendo emprego, moradia e estudo.
Após denúncia no Disque 100, operação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego, Polícia Federal e Ministério Público do Trabalho resgatou também uma mulher trans uruguaia de 29 anos que estava há seis meses no local. Tanto ela quanto o homem viviam sob regime de trabalho forçado.
O homem, que é da Região Nordeste, foi obrigado a trabalhar como empregado doméstico e sofreu inúmeras agressões durante os anos. Ele foi obrigado a tatuar as iniciais dos suspeitos como forma de marcar a "posse" sobre ele.
Ele também foi abusado sexualmente e filmado e as imagens eram usadas para chantageá-lo para que não houvesse fuga ou denúncia. A mulher não sofreu violência, mas presenciou as agressões ao homem.
A mulher sofreu acidente vascular cerebral (AVC) possivelmente após a situação de estresse vivida no local.
Os suspeitos prometiam oportunidade das vítimas terminarem o ensino médio e realizar cursos profissionalizantes na instituição de ensino que mantinham.na cidade. Um é contador, outro é administrador e o terceiro, professor.
Eles foram levados para a Penitenciária Professor Aluízio Ignácio de Oliveira, em Uberaba, e autuados pelo crime de tráfico de pessoas para fim de exploração de trabalho em condição análoga a escravidão.