A intolerância na Indonésia está correndo solta e de forma institucionalizada.
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No quarto país mais populoso do mundo, ministérios têm proibido a contratação de mulheres grávidas, pessoas com deficiência física, homossexuais e transexuais.
Segundo a Agência France-Presse (AFP), o defensor público da nação, Ninik Rahayu, abriu uma investigação sobre isso que culminou com uma denúncia.
O Ministério da Defesa proíbe as mulheres grávidas de se candidatarem a um emprego, enquanto a AGO [Procuradoria-Geral da República] e o Ministério do Comércio proíbem isso com pessoas trans", afirmou Ninik à reportagem.
"A AGO até fez uma declaração dolorosa que dizia 'nós só aceitamos pessoas normais", disse o defenor público. "Proibir as pessoas de se candidatarem a um emprego simplesmente porque são transgêneros não é aceitável e é uma violação dos direitos humanos."
A Defensoria Pública solicitou que as medidas discriminatórias fossem revogadas pelos órgãos, mas até o momento só o Ministério do Comércio a atendeu.
A própria AGO não faz segredo de sua intolerância. Na quinta-feira 21, um porta-voz da instituição disse que proibiram a contratação de candidatos homossexuais e transexuais em favor dos candidatos "normais".
Em seu site, a AGO pede que os candidatos não sejam daltônicos, nem fisica ou mentalmente deficientes. "Não devem ter distúrbios de orientação sexual (transexuais) ou serem gays", diz o texto, que confunde orientação sexual com identidade de gênero.
Vale lembrar que em uma das províncias do país, a de Aceh, é aplicada a Lei da Sharia, que condena homossexuais. Não é tão incomum que gays sejam chicoteados em praça pública amarrados em um poste, como forma de punição. A Indonésia é de maioria muçulmana.