Por Welton Trindade, de Lima
O 14 de fevereiro, Dia de São Valentim, equivalente ao Dia dos Namorados no Brasil, foi cheio de amor em Lima.
Entretanto, não houve apenas ursinhos de pelúcia e flores pela capital do Peru. Casais do mesmo sexo fizeram casamento simbólico coletivo como protesto por o país não aceitar legalmente esse tipo de matrimônio.
Pontualmente às 16h, foi iniciada cerimônia de união de sete casais do mesmo sexo. Outros três participaram para reafirmar o compromisso feito em edições anteriores do ato. O slogan do ato foi "O amor não discrimina".
O local não foi escolhido ao acaso. Trata-se do Parque del Amor, no rico bairro de Miraflores e um dos principais pontos turísticos de Lima. O espaço é decorado com frases românticas de literatos peruanos e exibe estátua gigantesca do beijo entre um homem e uma mulher.
A organização foi da entidade ativista Rede Peruana TLGB. Ao contrário do que ocorreu nos anos anteriores, a administração governamental não permitiu que fosse instalado cenário para o evento. Ativistas encararam o veto como discriminação.
Uma das poucas autoridades presentes foi a da deputada federal Susel Paredes, que é ativista LGBT e lésbica. Ela própria já se uniu em uma dessas cerimônias, sempre feitas no Dia de São Valentim.
A respeito de um dia o Peru legalizar as uniões homossexuais, ela se mostrou esperançosa.
"Fazemos esse ato para mostrar à sociedade peruana que existimos e para celebrar nosso amor. E um dia vamos conseguir esse direito. Vai demorar, mas vamos ter. Temos processos, inclusive um meu, que estão sob análise da Organização dos Estados Americanos. E tenho certeza que vão dizer que o Peru deverá reconhecer nossas uniões por se tratar de direito humano", disse ao Guia Gay.
O atual casamento simbólico começou como um beijaço feito há cerca de 20 anos por dois casais gays no Parque del Amor. A intenção deles era mostrar que não apenas o beijo hétero da escultura é válido.
Depois de seis anos, o beijaço, que tinha se tornado anual e sempre feito no Dia de São Valentim, tornou-se casamento coletivo simbólico para exigir o direito de união legal entre pessoas do mesmo sexo.
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