Natural de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Iza Lourença viveu dos seis aos 22 anos em Venda Nova e hoje mora no Barreiro.
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Candidata a deputada estadual pelo Psol, Iza tem 24 anos é negra, bissexual e feminista.
Ela conta que começou sua atuação política aos 17 anos no movimento estudantil da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde foi coordenadora-geral do Diretório Central dos Estudantes e formou-se em Jornalismo.
No movimento estudantil, lutou em defesa de políticas de permanência estudantil para LGBT, "que muitas vezes não contam com o incentivo familiar"; em defesa da utilização do nome social na universidade e o combate aos casos de discriminação à comunidade. Também ajudou a construir manifestações na cidade relacionadas à pauta LGBT. -
Esta é a segunda eleição de Iza que já disputou cargo de deputada federal em 2014. Confira a entrevista que a candidata concedeu ao Guia Gay BH:
O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em relação à proteção e legislação pró-LGBT, mas ainda há desafios para a cidadania arco-íris. Quais suas propostas para que Minas avance nessa questão?
Além de propor um mandato coletivo, onde possamos construir propostas de avanço coletivamente, quero começar por criação de casas-abrigo para mulheres lésbicas, bissexuais, trans e para homens gays e trans em situação de violência e maior atenção à saúde da população LGBT, como a criação de ambulatórios e centros de referência em saúde LGBT.
Também proponho a implementação do nome social em todo o Estado e elaboração de uma cartilha anti-LGBTfobia estadual para ser trabalhada em escolas, centros de referência e associações populares.
Quais são seus projetos para a população de Minas em geral?
Estou trabalhando com quatro eixos de campanha. Um deles é a representatividade: dos 77 deputados, apenas 6 são mulheres, um é negro, não há nenhum jovem e nenhum se declara LGBT. Minas é diversa, por isso, precisamos botar nossa cara nesses espaços institucionais.
O segundo é a juventude: as jovens que estão criando hoje nas periferias, com a realização de Slam, Sarau, Batalha de MC etc, precisam ser desenvolvidas e não reprimidas. Com políticas para emprego, educação, arte e cultura podemos fazer florescer o que tem de melhor na juventude.
O terceiro é educação: Minas precisa valorizar as profissionais em educação e tornar a escola um ambiente mais acolhedor e atrativo, para evitar a evasão escolar. Por fim, transporte: é preciso investir em alternativas metroferroviárias de transporte, garantir tarifa social e passe livre para estudantes e desempregadas.
Votar em você é ajudar a eleger pessoas do seu partido e da sua coligação. Quais são esses partidos? Qual o compromisso deles com a cidadania LGBT?
O meu partido é o Psol. O Partido Socialismo e Liberdade é reconhecido nacional e internacionalmente pela defesa dos direitos humanos e, principalmente, pelo combate a LGBTfobia.
Em Minas Gerais, o Psol lançou pela primeira vez na história do Brasil, uma candidata trans para o Senado Federal, também lançou uma lésbica ao governo de Minas e tem diversas candidaturas LGBT, como eu, para lutar por direitos.
Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay BH com candidaturas de LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas, partidos e coligações de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.
