O desafio de sair às ruas com bandeiras arco-íris no único país da América do Sul em que ser homossexual é crime foi enfrentado pela terceira vez pela comunidade LGBT da Guiana.
No sábado 16, dezenas de pessoas desfilaram pelas ruas de Georgetown para pedir respeito, exigir políticas públicas para o segmento e lutar pela derrubada do veto que penaliza o sexo entre homens com até dois anos de cadeia.
Apesar da previsão na lei, não se tem registrado prisões com base nessa proibição, mas o tema da diversidade de orientação sexual e identidade de gênero ainda são rejeitados na sociedade.
O coordenador geral do coletivo ativista Sasod (Sociedade contra a Discriminação por Orientação Sexual em inglês, principal língua do país), Joel Simpson, falou ao Guia Gay sobre a importância de estar na rua com a marcha.
"Temos de nos fazer visíveis para a sociedade. Nossa primeira parada foi realizada em 2018. No ano seguinte, também fizemos. Mas, por conta da pandemia, ficamos 2020 e 2021 sem a marcha presencial. É incrível a gente poder voltar agora e mandar nossa mensagem."
A passeata foi marcada pela presença de representantes de embaixadas e por trajes coloridos típicos do carnaval caribenho.
A esperança da comunidade gay e bissexual masculina do país tem ganhado força por a criminalização da homossexualidade estar em processo de queda na região.
Nos últimos anos, Belize, Trinidad e Tobado e Antigua e Barbuda tiverem tais leis suspensas por decisões das supremas cortes.