A 21ª Parada do Orgulho LGBT de BH divulgou o tema e, ao contrário do pregado pela frase a ser empunhada pelo ato, praticou o desrespeito.
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O evento, que será realizado no domingo 8 de julho, terá como slogan "+ Democracia e + direitos humanos: esse é o Brasil que queremos para as LGBT!"
Em entrevista ao Guia Gay BH, o presidente do Cellos, entidade organizadora da manifestação, Azilton Viana, explicou o porquê da escolha.
"Em momento de crise e de supressão de direitos, devemos nos posicionar sobre os princípios do estado democrático de direito no diálogo com a sociedade. Por isso as palavras democracia e direitos humanos em evidência."
Proposta à parte, a frase pode ser entendida como contrária às identidades do próprio movimento LGBT e aos conceitos atuais de direitos humanos.
Em tempos nos quais se evita usar marcações de gênero para não deixar de fora mulheres ou homens, a oração usa apenas o gênero feminino.
A postura contra exclusão de gênero vem do movimento feminista, que confronta inclusive a gramática. Pela norma culta, quando um grupo inclui homens e mulheres, deve-se usar artigos masculinos. A alegação ativista é que há apagamento das mulheres aí.
No caso do tema da marcha da capital mineira, gays, homens bissexuais e homens trans são tratados de forma contrária ao gênero deles.
Viana defende a escolha ."Há um erro de compreensão: não houve supressão ou exclusão do gênero masculino e sim uma concordância com a sigla, pois inicia-se com lésbicas e não falamos os lésbicas e sim as lésbicas. Iniciar com o gênero feminino não exclui o masculino. Essa fala é equivocada."
Mas equivocada é esta justificativa. O correto - tanto pela norma da língua portuguesa quanto para que todos fossem respeitados - seria escrever sem artigo: "O Brasil que queremos para LGBT".
A mesma questão foi discutida na Parada do Orgulho LGBT de São Paulo também neste ano. A opção foi não ter gênero marcado na frase para não haver exclusão. Ao final, ficou: "Poder para LGBTI+".