Um pastor com declarações contra gays, negros e judeus foi preso na quinta-feira 24 no Rio de Janeiro.
Tupirani da Hora Lopes, líder da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo, foi alvo da operação Rófesh da Polícia Federal - palavra em hebraico para "liberdade", em alusão aos recentes debates sobre limites da liberdade de expressão.
Em sua prisão, o religioso usava camiseta contra vacina da covid-19. Ele também é contra o voto.
No ano passado, Tupirani atacou a pregadora evangélica Karla Cordeiro, conhecida como Kakau, da Igreja Sara Nossa Terra.
Kakau foi alvo de inquérito policial após viralizar vídeo em que ela dizia: "A igreja não levanta placa de filho da puta negro e veado".
Após ela se retratar em vídeo, Tupirani a ofendeu e endossou o que a religiosa havia dito antes.
"Sabe o que você é, Karla Cordeiro? Você é uma puta, uma prostituta, seu pastor deve ser um veado e a sua igreja toda é uma igreja de prostitutas. Vocês não são evangélicos. Malditos sejam vocês, que a garganta de vocês apodreça por terem ousado tocar no nome de Jesus, raça de putas e piranhas, é isso que vocês são", disse, segundo O Globo.
E continuou: "A igreja de Jesus Cristo não levanta placa de filho da puta negro nenhum, não levanta placa de filho da puta de político, não levanta placa de filho da puta de veado. A igreja de Jesus Cristo só levanta a sua própria placa, porra", disse, aos berros, no altar.
Tupirani, que teve o celular apreendido, responderá pelos crimes de racismo, ameaça e incitação e apologia ao crime.
De acordo com as investigações, o homem produziu e publicou diversos vídeos com ataques diretos a judeus e contra membros de outras religiões.
Ele já havia sido alvo da operação Shalom, da PF, em março do ano passado, e preso por intolerância religiosa, em 2009.
Em um vídeo, ele teria dito que judeus "deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial".