O assassinato de um jovem de 23 anos parou nas manchetes dos jornais argentinos e tem mobilizado entidades LGBT.
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Na sexta-feira 13 foi encontrado o corpo de Enzo Ramón Aguirre, que trabalhava como garoto de programa, no hotel em que ele morava, no Retiro, bairro nobre de Buenos Aires.
Associações arco-íris, tais como a Federação Argentina LGBT, suspeitam de crime de ódio, já que Enzo era gay.
A polícia não descarta a hipótese, mas, como o rapaz teve celular e dinheiro roubados, apostam em latrocínio - roubo seguido de morte.
Ele poderia teria sido vítima de uma quadrilha especializada em roubar e matar prostitutos.
Na sexta, segundo informações da mídia local, Enzo foi jantar com dois amigos por volta de 21h30. Ele os avisou que esperava retorno de dois clientes e que a qualquer hora poderia ter de sair.
Por volta de 23h, ele recebeu a mensagem que aguardava por WhatsApp, chamou um Uber e se foi.
Câmeras do hotel onde ele morava, dividindo uma quitinete com um amigo, mostram que Enzo chegou às 23h30. Logo, o amigo saiu - eles tinham esse acordo quando Enzo iria receber clientes.
Às 23h50, dois homens chegam ao local. Assistindo às imagens posteriormente, amigos acharam a atitude de Enzo estranha. Ele deixou os homens subirem, mas geralmente, descia até a portaria para receber as visitas como medida de precaução.
Meia hora depois os homens saem do hotel. O "roommate" de Enzo volta à 1h, abre a porta, vê sangue no chão e desce correndo pedindo ajuda.
Quando a polícia chegou ao local, viu o corpo do jovem no chão, entre as camas, usando apenas cueca, com lacres nas mãos e meias na boca.
Enzo tinha um ferimento no rosto, que teria sido causado por algum objeto cortante, mas a autópsia preliminar determinou que a causa da morte foi asfixia.
Nascido na província de Corrientes, no leste do país, Enzo queria ser bailarino. Ele estava em Buenos Aires há cinco anos e trabalhava como garçom em um bar gay conhecido da cidade.
Por causa do fechamento de estabelecimentos por causa da pandemia da covid-19, meses atrás, o rapaz viu a prostituição como forma de sobreviver.
Manifestações têm sido agendadas por ativistas para cobrar investigação do crime. Os assassinos ainda não foram identificados.