Negra, lésbica e nascida em Ribeirão das Neves, Natália Granato é candidata a deputada estadual pelo Psol em Minas Gerais.
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Atualmente morando em BH, Natália é estudante bolsista, filha de empregada doméstica e operário metalúrgico.
Sua trajetória de mobilização social começou nas ruas fortalecendo as lutas da juventude e do movimento estudantil.
Foi coordenadora geral da representação de alunos de História da PUC Minas. É ativista da luta das mulheres, do movimento LGBT e da luta contra o racismo.
Entrou no Psol em 2015, participa da juventude Vamos à Luta e milita na Corrente Socialista dos Trabalhadores no PSOL. Esta é a primeira eleição que disputa.
O Guia Gay BH entrevistou Natália a respeito de suas propostas.
O Brasil é um dos países mais avançados do mundo em relação à proteção e legislação pró-LGBT, mas ainda há desafios para a cidadania arco-íris. Quais suas propostas para que Minas avance nessa questão?
Propomos que a LGBTfobia seja crime. A discriminação de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais é o primeiro passo da violência, não podemos permitir que siga. Também lutaremos pelo direito ao nome social e banheiro de acordo com o gênero em todas as instituições públicas e privadas.
Queremos criar casas abrigo para as LGBTs, que são frequentemente expulsas de casa e vão morar na rua e ambulatório trans com profissionais capacitados em hormonização, terapeutas, cirurgias de readequação de gênero.
Queremos que desde cedo as crianças aprendam na escola a respeitar a diversidade, por isso defendemos o debate de gênero desde o Ensino Fundamental, explicando que existem diferentes orientações sexuais e identidades de gênero e todas devem ser respeitadas, e educação sexual que ensine o consentimento, diversidade e como utilizar os métodos contraceptivos e prevenir DSTs no Ensino Médio.
Quais são seus projetos para a população mineira em geral?
Auditoria e suspensão da dívida pública estadual e revogação da lei de responsabilidade fiscal, pois estrangulam o orçamento público. É necessário reverter essa montanha de dinheiro para gerar empregos.
Mais investimento na educação pública, sobretudo nas UEMG’s. Melhoria das escolas e universidades, maior oferta de bolsas de assistência estudantil, bolsas da CAPES, CNPQ e FAPEMIG e garantir o passe-livre para estudantes e desempregados.
Lutar pela revogação da emenda constitucional 95, reforma do Ensino Médio e trabalhista. Fim dos privilégios dos políticos, que todo deputado ganhe como um professor da rede estadual. Prisão e confisco de bens dos políticos e empresários corruptos com devolução do dinheiro roubado.
Também propomos novo modelo de segurança pública em defesa das mulheres, dos negros e negras, das LGBTs e do povo trabalhador e a desmilitarizando da polícia.
Votar em você é ajudar a eleger pessoas do seu partido e da sua coligação. Quais são esses partidos? Qual o compromisso deles com a cidadania LGBT?
Certamente, faço parte do Psol, que compõe a Frente Minas Socialista ao lado dos lutadores do PCB. O Psol é o partido que tem a maior representatividade LGBT proporcionalmente em sua chapa. Lutamos contra a liminar que queria nos tratar como doentes e o direito ao nome social, por exemplo.
Essa entrevista faz parte de série do Guia Gay BH com candidaturas de LGBT. O objetivo é dar visibilidade as suas propostas, partidos e coligações de forma a colaborar com a decisão do segmento arco-íris e simpatizantes na hora do voto.