Escândalos políticos, desastres naturais, acidentes áereos, atentados terroristas... Por essas e outras situações, choveram memes nas últimas semanas para que 2016 fosse embora logo.
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E dentre as más notícias foi que o ano levou figuras que foram importantes para a arte e o ativismo LGBT. Os tons do arco-íris ficaram, por várias vezes no ano, mais esmorecidos por causa da partida deles.
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Relembre 10 ícones e aliados LGBT que nos deixaram em 2016:
David Bowie
Dois dias após completar 69 anos e lançar o 25º álbum da carreira, David Bowie se foi por causa de um câncer. Inspiração para divas do pop, tais como Madonna e Lady Gaga, o artista foi um dos mais surpreendentes e significativos da história da música mundial. Em 1972 assumiu-se bissexual. Anos depois, disse que era um heterossexual no armário e renegou a declaração. Ficou famosa a revelação da ex-mulher Angie que disse tê-lo pego na cama com Mick Jagger.
Cauby Peixoto
Reconhecido e imitado pelo seu vozeirão único, Cauby sucumbiu a uma pneumonia aos 85 anos. Ídolo sobretudo das mulheres, o cantor falava raramente sobre sua sexualidade. No documentário Cauby - Começaria Tudo Outra Vez, o diretor Nelson Hoineff conseguiu uma revelação: "Eu era um garoto quando ia para os morros transar com os veados. Eu também andava com eles".
Alexis Arquette
Com apenas 47 anos, Alexis partiu, vitimada por complicações do vírus da aids. Atuou em dezenas de filmes e pertencia a um clã de artistas (seus irmãos Patricia, Rosanna e David são atores consagrados em Hollywood). Há anos também militava por direitos LGBT. Envolveu-se em polêmica com Will Smith e sua mulher, pois dizia que eles tinham um casamento de fachada. Após a morte, uma sex tape sua veio à tona, mas foi alvo de um atitude elogiável.
Phedra de Córdoba
Musa da Praça Roosevelt, o coração pulsante do teatro alternativo de São Paulo, a atriz cubana nos deixou aos 77 anos devido a um câncer no pulmão e nos rins. Com uma trajetória riquíssima, que inclui passagem pelo teatro de revista do Rio de Janeiro, Phedra foi tema do documentário Cuba Libre (2011), de Evaldo Mocarzel, que mostrou sua volta à ilha latina décadas após sua saída.
Marina Garlen
Uma das maiores artistas dos palcos LGBT de Salvador, Marina foi embora de repente, vítima de parada respiratória e embolia pulmonar, quando participava de um evento pelo Dia Nacional da Visibilidade Trans em São Paulo. Cabeleireira, maquiadora e performer, Marina era ativista e integrou a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT Michelly Marry Gomes, na capital baiana.
Prince
Vítima de overdose de potentes analgésicos, Prince morreu aos 57 anos. Ousado e abusado, o cantor, heterossexual, ajudou, nos anos 1980, a desconstruir padrões de gênero, fosse em suas letras ou em sua imagens nos palcos e discos. Nas décadas seguintes, tornou-se Testemunha de Jeová e algumas declarações suas flertavam com a homofobia. Seu legado, entretanto, permanece.
The Lady Chablis
Famosa nos palcos da cidade sulista norte-americana de Savannah, a artista ganhou repercussão mundial ao ganhar um papel no thriller Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal (1997), de Clint Eastwood. Chablis foi a primeira transexual a participar de um filme de grande orçamento nos Estados Unidos. Nos últimos anos, fazia performances eventuais no clube que a revelou. Ela faleceu aos 59 anos.
Henrique Neves
Empresário e transformista, Henrique foi vítima de um assalto e baleado no bairro Dois de Julho, em Salvador. Sócio de um sex shop e também funcionário da Secretária de Segurança Pública, o artista se consagrava mesmo era nos palcos soteropolitanos com a personagem Lívia de Castro que ele interpretava nos endereços LGBT da cidade.
Pete Burns
Ex-vocalista da banda de technopop Dead or Alive, Pete morreu aos 57 anos de ataque cardíaco. Na década de 1980, rivalizava com Boy George em termos de descontrução de gênero, mesclando referências masculinas e femininas em seus shows e clipes. Teve um casamento de 26 anos com uma estilista e há 10 anos casou-se com um homem. Disse, em entrevista, que aos 13 anos descobriu que não precisava ser mulher para usar maquiagem.
Elke Maravilha
Musa inspiradora e símbolo do desbunde, Elke não resistiu a complicações no tratamento de uma úlcera e morreu aos 71 anos. Atriz, manequim, e apresentadora, suas declarações a respeito da homossexualidade tornaram-se antológicas, como: "Meu pai me mostrava porco gay, pato gay... Quando vi gente gay, achei normal. Não ficava com aqueles ranços de conceitos e preconceitos. Quem não conhece a mãe natureza se considera livre para jogar bosta na Geni. Graças a Deus, tive uma boa educação." Veja outras clicando aqui.