Por Marcio Claesen
O arco-íris na música tem ido além das divas pop. Aos poucos, do rap ao eletrônico, do rock ao sertanejo, artistas dos mais variados passaram a tratar de LGBT e falar de nossas vivências em seus clipes.
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E a produção brasileira antenada com esse objetivo só cresce. Integrantes da comunidade LGBT ou não, esses cantores, cantoras e bandas fizeram música como forma de construir um mundo com menos discriminação contra nós - ou apenas divertir de forma bacana! Cabe a nós fazer um belo coral!
Em nossa retrospectiva de hoje, confira, em ordem crescente, os 15 melhores videoclipes nacionais LGBT de 2016. Foram levados em conta repercussão, mensagem, interpretação, qualidade técnica e, claro, a música:
15º. Grupo Esparrama - Bem-Te-Vi
Era um espetáculo infantil (Minhoca na Cabeça) apresentado para espectadores que o viam de cima do Minhocão, em São Paulo, e que virou clipe. Com participação de Laerte Coutinho, o vídeo (uma versão de Dancing Queen, do ABBA) traz a história de uma pomba que chega à cidade grande e se sente segura para ser quem realmente é. Chame os pequenos e dê play no respeito!
14º. Pollo feat. Joey Mattos - Hoje Eu Acordei
Exemplo que a diversidade sexual chegou a todos os gêneros, o grupo de rap trouxe neste clipe três casais - um hétero, um gay e outro lésbico - para falar de amor. É dessa inclusão que tanto falamos!
13º. Rico Dalasam - Esse Close Eu Dei
Maior representante arco-íris do rap brasileiro, Dalasam caprichou nas perucas e no figurino e deu muito close neste vídeo, que tem várias participações especiais, tal como a da apresentadora e DJ Pathy Dejesus.
12º. Alice Caymmi - Homem
Rodado em um clube de striptease, o vídeo da versão de Alice para uma música de Caetano Veloso tem a participação de duas artistas trans, Viviany Beleboni e Melissa Paixão. Bastante explícito, o clipe tem objetivo, segunda a cantora, de questionar a sexualidade e o universo dos gêneros.
11º. Bian - Move on
É quase um lyric video esse clipe da cantora assumidamente lésbica, que acredita ser importante se posicionar por ter sentido falta da representatividade LGBT quando cresceu. Bian é linda, tem uma voz deliciosa e apesar do pouco tempo de carreira já pôde se ouvida em novelas da TV Globo, como Verdades Secretas (2015).
10º. Jaloo - Chuva
Paraense radicado em São Paulo, Jaloo escolheu a cidade paulista serrana de Campos do Jordão para este clipe bastante simples, mas elegante e que caiu como uma luva - ou um véu, no caso - nesta mistura de eletrônico com tecnobrega que dita o ritmo de suas canções.
9º. Alencastro - No Mo' Bitches
O eletrônico continua dando o tom, aqui com a banda Alencastro. O clipe faz passeio noturno por áreas de São Paulo - Minhocão é exemplo -, e conta com excelente fotografia. A voz do vocalista Rodrigo Massot é tão sexy quanto sua presença no vídeo. Tente não se apaixonar!
8º. Lia Clark, Trava Trava
Poucas músicas da comunidade fizeram tanto barulho este ano quando Trava Trava, que virou hit nos serviços de músicas por streaming. "A Lia é bem direta, não tem beijo na boca/ Eu vou direto ao ponto/ Eu sou menina, eu sou garota", canta a drag queen.
7º. Junior Hallex - Milkshake
Solar, sexy e colorido definem o clipe do cantor que tem 15 anos de carreira como dançarino. Muitos bumbuns masculino balançando, peitos bombados de fora e beijo gay.
6º. Camila Garófalo - Camarim
Mais orgulho lésbico surge no sexto lugar. "Não acho que ser lésbica ou bissexual é algo que vai precisar ser declarado daqui um tempo. Mas agora é preciso", disse a cantora, nascida em Ribeirão Preto e radicada na capital paulista. Camila lançou um clipe todo em preto e branco, repleto de mulheres lindas e talvez com a música mais deliciosa desta lista.
5º. Valesca Popozuda - Viado
Demorou, mas chegou. Três anos de Beijinho no Ombro, a funkeira conseguiu mais um hino gay. Estrelado pelo ator Raphael Sander, o clipe celebra a beleza masculina - criou polêmica com o YouTube por causa das cenas de nudez - é ambientado em uma penitenciária, com muitos músculos e bumbuns masculinos como coadjuvantes da artista.
4º. MC Queer - Fiscal
A letra recebeu algumas críticas por causa do verso "Tem que ser macho pra caralho/ Pra poder dar o próprio cu", mas a mensagem é clara e vai direto ao ponto. Recado aos homofóbicos, com menção à violência sofrida por gays em 2010 na Avenida Paulista com lâmpadas fluorescentes, e uma porção de LGBT famosos, como Lia Clark, Fefito e MC Linn da Quebrada.
3º. Thiago di Mello - Pra Sempre
Fez muito barulho por ter sido o primeiro clipe gay do gênero sertanejo. Estrelado pelos belos Felipe Titto e Guilherme Acrizio o clipe é praticamente um curta-metragem e foi gravado em três cidades mineiras - Betim foi uma delas. O objetivo do cantor foi denunciar pessoas que morrerm à espera de um transplante.
2º. As Bahias e a Cozinha Mineira - Apologia às Virgens Mães
Dirigido pelo cantor Jaloo, o vídeo de uma das melhores canções do álbum de estreia do grupo (Mulher) traz as vozes viscerais de Assucena Assucena e Raquel Virgínia aliadas a imagens e símbolos repletos de significados e que misturam teatralidade com lirismo.
1º. Barbara Ohana feat. Cauã Reymond - Your Armies
Alguns criticaram o clipe por colocar Cauã Reymond, um homem hétero, no lugar de uma travesti ou transexual. Ficaria bom se fosse uma trans? Sim! Teria a mesma repercussão gigantesca em prol da mensagem contra a violência que atinge o segmento? Dificilmente! Fiquemos com um galã global que fez um excelente trabalho de interpretação ao som de uma música envolvente e uma perfeita qualidade técnica.