Por Welton Trindade
Teve céu de drones, chegada desde o teto, fogo, rodopio no ar, piano, dança, plateia com luzes e movimentos coordenados, músicas que frequentaram o topo das paradas... Sim, foi um grande show de entretenimento que Lady Gaga ofereceu no intervalo do Super Bowl no domingo 5. Entretanto, pelo momento atual dos EUA, o mais tocante foi outro espetáculo da cantora: o político.
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O início foi feito com a música This Land Is Your Land (Essa terra é sua também), que tem sido entoada em protestos contra o presidente dos EUA, Donald Trump, como forma de criticar sua decisão de barrar entrada de muçulmanos no país. Em seguida, Gaga, em fala, afirmou ser os EUA um só país, indivisível.
Os atos seguintes da ativista cantante foram ainda mais contundentes. Um dos mais recentes hinos gays, Born This Way, entrou no setlist e, sem medo, teve bem soletrados os versos que citam gays, bissexuais, lésbicas e transgêneros! Imagine essas palavras e a mensagem de respeito que as inclui entoadas direto do Texas, um dos Estados norte-americanos mais conservadores, e para a maior audiência de TV do país! Pois foi isso que aconteceu!
E, como uma Nostradamus com glitter, Gaga seguiu com outro trecho muito conectado com o perigo que a democracia americana corre: na música, original, ela fala dos líbios, que devem ser respeitados. Pois é, há poucos dias, qualquer cidadão da Líbia foi impedido por Trump de entrar nos EUA!
Discutam anos a fio sobre qual diva gay fez a melhor perfomance. Isso não terá fim! Apenas aplauda a cantora que teve tanta coragem de falar o que falou Gaga nesses tempos tão sombrios! Se coreô entra para a história da música pop, dar tais mensagens vai além: faz história!
Obrigado, Gaga!