Atleta paralímpico se assume: 'Sim, sou pequeno, perneta e gay'

Dimitri Pavadé fez desabafo sobre tolerância em suas redes sociais

Publicado em 08/09/2024
Dimitri Pavadé se assume gay
'Parem com seus discursos lamentáveis e julgamentos', afirmou. Foto: Reuters

Quarto lugar na prova de salto em comprimento T64 dos Jogos Paralímpicos, o francês Dimitri Pavadé assumiu gay em suas redes sociais.

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"Na minha vida, nunca tive planos ambições ou objetivos, apenas deixei-me levar e viver o presente. Desde que entrei no mundo esportivo, posso dizer que algumas coisas amadureceram em mim, como o sonho de fazer parte da seleção francesa. Hoje posso dizer com muito orgulho que consegui alcançar", iniciou o atleta em seu desabafo. 

"Consegui encontrar o meu caminho e dar sentido ao que faço todos os diais: querer ser uma referência para as pessoas com deficiência", prosseguiu o atleta nascido nas Ilhas Reunião, território francês no meio do Oceano Índico. 

"A partir de agora, outra batalha me espera, e eu estava aguardando com impaciência. Aqui estou eu, pronto mais uma vez para enfrentar, ultrapassar e seguir em frente sem ter em conta o que os outros possam dizer ou pensar de mim",

Então, Dimitri falou da sexualidade. "Sim, sou pequeno, mestiço, perneta e gay. A pessoa que sou, tal como outros, nunca teve de fazer uma escolha, por isso parem com os seus discursos lamentáveis e com seus julgamentos porque nunca vão mudar o mundo."

"O mais importante é que as pessoas mais importantes me amem pela pessoa que sou e não pela imagem que eu possa ter criado nesta sociedade excessivamente julgadora. Se algumas pessoas não nos aceitam pelo que somos, então não merecem o nosso amor. A vida é muito curta para dar importância a este tipo de pessoas."

"Agora, tenho uma segunda batalha para travar com a comunidade LGBTQIA+ e espero dar força e coragem também às pessoas que ainda estão no armário e aos atletas de alto nível que ainda não se atrevem a viver às claras e a desfrutar livremente da liberdade que é nossa por direito."

E encerrou: "A deficiência não é algo que deva ser escondido e o mesmo se aplica à orientação sexual. Crianças e adultos continuam a suicidar-se a ser mortos. Não se esqueça de que as pessoas à sua volta também podem ser afetadas um dia."

Dimitri teve a perna amputada aos 18 anos após um acidente de trabalho.

 


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