Novo contratado da RecordTV, Matheus Ribeiro afirmou que não construiu carreira baseada em sua sexualidade.
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Há uma semana, a colunista Fábia Oliveira, de O Dia, divulgou carta aberta que teria sido assinada por funcionários da Record em Brasília.
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O texto lamentava a demissão de Luiz Carlos Braga, profissional que editava e apresentava o DF Record - postos que agora serão ocupados por Matheus - e dizia que a única relevância no currículo do jornalista é sua orientação sexual.
"Eu não construí minha carreira baseada na minha sexualidade", disse Matheus em entrevista ao F5. "Enquanto milhões de pessoas sofrem preconceito por serem homossexuais, seria até contraditório e uma fuga da realidade dizer que eu me privilegio da minha sexualidade para construir minha carreira. Pelo contrário."
Matheus lembrou que se assumiu gay porque um site de fofocas e fake news vasculhou sua vida e passou a postar matérias insinuando que ele era homossexual.
A intenção do site era ganhar cliques às vésperas de Matheus apresentar pela primeira vez o Jornal Nacional, da TV Globo, em novembro passado.
"Eu nunca tive motivo para me envergonhar de quem sou, das escolhas que faço ou das situações que vivo. Por isso, ainda que seja minha vida pessoal, eu decidi assumir a autoria dessa história. Postei uma foto com meu namorado e pronto! Mas nunca fui eu que coloquei em debate ou tentei me promover em cima disso."
Apesar da carta regada de críticas dos funcionários contra ele, o jornalista afirmou que nunca foi tão bem recebido em uma emissora.
"Obviamente, eu entendo o fato de uma demissão gerar algum sentimento de solidariedade em alguns colegas, mas de forma alguma isso me colocou numa situação constrangedora, numa situação de me sentir mal recebido. Pelo contrário, isso não condiz com a realidade que eu tenho vivido aqui na emissora", atesta.
O programa será reformulado, incluindo novo cenário, e a estreia do goiano no comando é na próxima segunda-feira 4.
No início de abril, Matheus pediu demissão da TV Anhanguera, afiliada da TV Globo, na qual estava há seis anos - quatro deles, apresentando e editano o JA 2ª Edição.
O jornalista era alvo de fofocas nos bastidores, suas ideias de pautas não eram mais aprovadas e seu salário foi cortado pela metade. Uma de suas reclamações foi da proibição dele fazer uma live com seus seguidores em sua própria página nas redes sociais. Na Record, houve acordo explícito para que isso não seja uma questão.
Matheus ainda contou que pretendia ficar um tempo longe da televisão se dedicando a outros projetos, mas o convite da Record, poucos dias depois dele sair da Anhaguera, o convenceu do contrário.
"Eu pude ver que amo fazer e me dedicar ao jornalismo de televisão. É uma oportunidade incrível."