Morreu, nesta segunda-feira 12, aos 78 anos, no Rio de Janeiro, a atriz transexual Camille K.
A morte foi revelada pelo grupo social e bar carioca Turma Ok, sem especificar o motivo.
Camille enfrentava problemas de saúde e financeiros. Em dezembro, amigos e familiares se uniram para fazer uma vaquinha. Ela se recuperava de uma queda em que fraturou o ombro.
Nascida no Rio, em 1945, Camille foi uma das cabeleireiras mais famosas da cidada quando abriu o Carlinhos Coiffeur, na década de 1960, quando ainda se identificava como homem.
Com visual inspirado na cantora Marlene (1922-2014), Camille estreou nos palcos em 1972 por meio da diretora Brigitte Blair, com quem trabalhou por uma década.
Na década de 1990, fez sucessos nos palcos sob direção de Miguel Falabella com No Coração do Brasil e A Pequena Mártir de Cristo Rei.
Camille foi uma das artistas retratadas no documentário Divinas Divas (2016), de Leandra Leal, que recuperou história de oito transexuais e transformistas dos palcos cariocas, tais como Rogéria (1943-2017) e Jane di Castro (1947-2020).
De todas, agora somente Eloína dos Leopardos e Divina Valéria permanecem vivas.
"Camille ousava andar com roupas cheias de babados 65 anos atrás e às vezes tinha que se meter num táxi para ir a seu salão para não apanhar dos bofes na rua – certa vez precisou ir mesmo escondida no porta-malas. Mas sempre tirou tudo de letra. Nunca abriu mão de ser e viver como se sentia bem", homenageou o jornalista e produtor musical Rodrigo Faour, em sua página no Instagram.
O velório da artista será realizado às 13h desta terça-feira no Crematório São Francisco Xavier, no bairro do Caju, zona norte do Rio.
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