O Farmanguinhos, laboratório que pertence à Fundação Oswaldo Cruz do governo brasileiro, vai passar a produzir o Truvada, medicamento que previne em até 99% o contágio pelo vírus HIV.
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Combinação dos antirretrovirais emtricitabina e tenofovir, o Truvada que é distribuído atualmente no País como parte da PrEP (profilaxia de pré-exposição ao HIV) é produzido pela empresa norte-americana Gilead.
Em 2017, em sua primeira compra do medicamento, o Ministério da Saúde gastou US$ 1,9 milhão (cerca de R$ 6,4 milhões) em 2,5 milhões de comprimidos. A quantia era suficiente para atender apenas a 7 mil pacientes. Com a produção nacional, a previsão é de que esse número de usuários possa aumentar.
O medicamento será preparado dentro de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com as empresas Blanver e Microbiológica. A expectativa é que os comprimidos passem a ser distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já no próximo semestre.
Ao jornal O Estado de S.Paulo, o diretor de Farmanguinhos, Jorge Souza Mendonça, afirmou que, na PDP, a Microbiológica ficará encarregada de produzir a matéria-prima e a Blanver, o medicamento final. A Fiocruz embalará o produto.
O sistema é conhecido como tecnologia reversa. A empresa (no caso, a Fiocruz) começa pela etapa final do processo e aos poucos vai dominando os demais estágios de produção. O prazo inicialmente previsto para que a Fiocruz domine toda a produção do Truvada é de quatro anos.
Em uma outra etapa, segundo Mendonça, o medicamento será submetido à certificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), para que o Brasil também possa exportá-lo.
A PrEP está disponível só para homens que fazem sexo com homens, transexuais, profissionais do sexo e casais sorodiscordantes (quando um tem HIV e o outro não). Somente pessoas acima de 18 anos e que não têm HIV, mas que querem se proteger do contágio, podem tomar o medicamento. A indicação, entretanto, é que preservativos continuem a ser usados.