Um estudo descobriu que a incidência de hepatite C é baixa dentre gays e bissexuais que fazem uso da profilaxia de pré-exposição ao vírus HIV, a Prep.
O estudo chamado EPIC-NSW recrutou 9.596 homens com alto risco de HIV em 31 clínicas de Nova Gales do Sul e no Território da Capital Australiana, na Austrália.
Dos participantes, 0,9% já haviam tido contato com a hepatite C e durante o tempo da pesquisa apenas 0,2% foram infectados com o vírus.
Os pesquisadores identificaram que os infectados pela hepatite C eram mais velhos (41 anos em média, contra os 34 anos da média do total de participantes) e costumavam fazer uso de metanfetamina.
"A implantação da Prep não resultou em altos níveis de incidência de HCV [vírus da hepatite C] em nossa população", constatou a epidemiologista e professora da Universidade Macquarie em Sydney Janaki Amin, ao site médico Healio.
“Com um bom envolvimento no atendimento e testes adequados de HCV, em um cenário de baixa prevalência de HCV com acesso ao tratamento de HCV, o HCV pode ser eliminado nessa população.”
"Pensava-se que a Prep para o HIV poderia resultar em uma mudança nos comportamentos de risco associados a um risco aumentado de HCV", analisou.
"Em países com uma prevalência maior do que a Austrália de HCV dentre homens gays e bissexuais HIV-negativos, há uma incidência preocupante de HCV para homens em Prep."
A Prep, ingestão diária de um comprimido, pode prevenir em cerca de 99% a infecção pelo HIV.
A hepatite C pode ser transmitida principalmente pelo contato com sangue contaminado e, apesar de menos comum, por relações sexuais desprotegidas, dentre outros meios.
Até cerca de 80% dos contaminados podem desenvolver a doença de forma crônica e 20% desses casos podem evoluir para cirrose hepática e levar à morte.