Uma notícia ruim ou outra boa acerca da varíola dos macacos no Brasil. Ao mesmo tempo que agosto teve o maior número de notificações da doença - 3.699 casos confirmados, o dobro do registrado em julho -, há tendência de queda.
Desde o dia 7 do mês passado, há diminuição na média móvel de casos, segundo o Centro de Operações de Emergência (COE) do Ministério da Saúde.
São Paulo continua a ser a unidade da Federação com maior número de diagnósticos: 57% dos testes positivos ocorrem no Estado.
O diretor geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou em 14 deste mês que apesar do recuo de casos, até mesmo na Europa, ainda é necessário manter cuidados para o controle da doença.
“Assim como com a Covid-19, não é momento de baixar a guarda”, disse.
Segundo a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo Ethel Maciel, o cenário de diminuição não é necessariamente fato a ser comemorado ainda. Ela ressalta que existem poucos laboratórios de testagem no Brasil. No total são somente oito.
Para a professora, isso gera demora entre o envio das amostras e o resultado dos testes, o que pode resultar em número de casos não contabilizados.
“No Brasil, não temos certeza se essa retração está acontecendo ou se é um problema de diagnósticos”, resume.
Outro fator levantado por Maciel é que os sintomas da doença podem aparecer de forma sutil. Isso colabora com um possível número de casos que deixa de ser diagnosticado. “Às vezes, é uma ou duas lesões e a pessoa acaba não procurando o diagnóstico”, afirma.