Governo federal prega abstinência sexual. Projeto de lei paulista quer impedir que pessoas trans atuem nos esportes conforme seus gêneros. No carnaval, há textão para falar do que pode ou não pode se fantasiar. O controle de corpos e identidades acaba aí? Nada!
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Psiquiatra brasileiro sugere o fim da expressão "tá pago" nas redes sociais para não oprimir quem não malha e não criar cultura de valorização de corpos torneados.
O "tá pago" é frase usada por praticantes de musculação principalmente para indicar que o treino do dia foi realizado.
A ideia do estilo Damares Alves é do profissional formado pela Universidade de Sâo Paulo Bruno Branquinho.
A condenação do "tá pago" está em artigo publicado no site Carta Capital intitulado "Por que os homens gays estão infelizes com seus corpos?", da segunda 2 de março.
O psiquiatra argumenta que a valorização de corpos malhados causa muito sofrimento em homens gays.
Ele cita, dentro outros, dados de pesquisa de 2017 da revista gay Attitude para fundamentar sua visão.
"Foi feita a seguinte pergunta aos leitores: 'Quão satisfeito você está com seu corpo?'. Do total de cinco mil respostas, 10% responderam 'muito infeliz', 49% 'infeliz', enquanto 23% disseram 'feliz' e apenas 1% 'muito feliz'. O restante respondeu que 'não estava nem feliz nem infeliz'.
Dentre as saídas apontadas por Branquinho estão ações que pessoas com corpos fora do perfil mais valorizado social e sexualmente podem tomar, tal como procurar ambientes em que haja mais diversidade de tipos físicos.
E aí entra a questão de pessoas que treinam não poderem sequer mostrar o próprio corpo nem celebrar "conquistas". Vem em seguida: "precisa mesmo postar o 'tá pago' de hoje na academia?".
O profissional não condenou fotos de comida muito calóricas nas redes sociais nem as associou ao sofrimento que elas podem causar em pessoas em dieta.