Tendo em vista o quanto o integrante do partido democrata Joe Biden falou de gays e LGBT na campanha à presidência dos Estados Unidos, não seria absurdo ter expectativa para que o político citasse os segmentos no seu discurso de posse nessa quarta-feira 20. Entretanto, tal fato não ocorreu.
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O agora 46º presidente norte-americano tratou muito em sua fala, realizada em Washington, de respeito às divergências políticas e de união para fazer o país um lugar melhor, atacou supremacistas brancos e marcou o fato histórico de sua vice, Kamala Harris, ser a primeira vice-presidente mulher da nação.
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Ao não ter citado homossexuais nem LGBT, Biden deixou seu correligionário, Barack Obama, como não só o primeiro a ter feito isso como o único até agora.
Em 2013, quando iniciou seu segundo mandato, Obama citou a Revolta de Stonewall, marco do ativismo LGBT contemporâneo, como exemplo de força para a construção de um país com direitos iguais.
E mais: falou da necessidade de haver igualdade de direitos para gays e lésbicas.
"Nossa jornada não estará completa até que os nossos irmãos e irmãs homossexuais forem tratados como qualquer outra pessoa perante a lei, pois se realmente fomos criados como iguais, certamente o amor que atribuímos uns aos outros deve ser igual também."
Em 2017, ao tomar posse, Donald Trump não citou LGBT.
No entanto, a história feita por Biden está fora do mundo das palavras. Seu ministro dos Transportes é Pete Buttigieg, primeira pessoa abertamente gay e da comunidade LGBT a ocupar cargo nesse nível do governo, um coral trans cantou na festa da posse - algo inédito -, e dentre seus compromissos está o de voltar a autorizar transgêneros nas Forças Armadas, o que foi proibido por Trump.