Com histórico de declarações contra gays, Guido Bellido Ugarte foi indicado, na quarta-feira 28, como presidente do Conselho de Ministros do Peru. A ONG ativista Movimento Homossexual de Lima (MOL) o qualificou como "homofóbico fanático".
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As redes sociais de Guido, homem de confiança do novo presidente do país, o esquerdista Pedro Castillo, possuem diversas falas contra LGB.
Citando o líder socialista cubano Fidel Castro (1926-2016), Guido concordou que a "revolução não precisa de cabeleireiros" e que a homossexualidade é uma degeneração. Fidel pediu desculpas décadas depois por tais falas.
Além disso, Guido já postou rechaço a companhia telefônica que fez comercial com casal gay e falou que cancelaria a linha por conta disso.
Ele repetidas vezes já falou que existe projeto no país para "homossexualizar" a sociedade.
Guido responde a processo por suposta "apologia ao terrorismo" por elogiar o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, responsável por inúmeras ações terroristas no Peru nas décadas de 1980 e 1990.
O mandatário Pedro Castillo é marxista e homofóbico. O professor já se declarou contra o casamento homossexual (que ainda não existe no país), mas afirmou que deixaria questões ligadas a direitos humanos nas mãos do Congresso.
Guido e Pedro são do partido Peru Livre.
Por causa deste histórico do indicado, os ministros da Economia, Pedro Francke, e da Justiça, Aníbal Torres, desistiram do convite para compor o governo.
O presidente passou dois dias convencendo-os até que ambos aceitaram e tomaram posse na madrugada deste sábado.
Pedro Francke aceitou a indicação usando broche com a palavra igualdade nas cores arco-íris.
Súper detalle el pin de Pedro Francke ministro de economía. #ConsejodeMinistros pic.twitter.com/TcPN3Pg9pl
— YIRKO SIVIRICH (@YIRKOSIVIRICH) July 31, 2021
Frente ao rechaço social e político, Guido divulgou comunicado, no sábado 31, em que afirma que repudiar a homofobia e o terrorismo.
"Dirijo-me ao país para ratificar meu mais firme compromisso com a democracia, a governabilidade e os direitos humanos", escreveu o chefe dos ministros.
"Rechaço categoricamente toda forma de violência e de terrorismo em todos seus extremos', afirmou.
"Juntos superaremos o racismo, o classismo, o machismo e a homofobia que ainda estão profundamente arraigados na sociedade."
A ONG MHOL, que já tinha divulgado nota de repúdio à indicação de Guido, voltou a se manifestar com afirmação de que as novas palavras do político são boas e que não deixará de cobrar respeito à diversidade do novo governo.
O cargo de presidente do Conselho de Ministros equivale ao de primeiro-ministro e precisa de aval da maioria da assembleia.
A imprensa nacional crê que a aprovação, a qual deve ser levada a voto em 30 dias, não será fácil.