Em tempos de alguma valorização do que seria uma nova política, o candidato a vereador de BH Gleyk Silveira mostra-se, com orgulho, integrante da política aguerrida no mundo partidário e do ativismo arco-íris.
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Essa junção o levou ao cargo de coordenador do núcleo LGBT do PSB em Minas Gerais. É com essa trajetória que ele pretende fazer a diferença no Poder Legislativo de BH ao não só apresentar projetos para ficar com boa imagem frente à população LGBT, mas também com atuação para aprová-los.
Confira entrevista que o candidato deu ao Guia Gay BH:
Como seu mandato vai poder contribuir para o avanço da cidadania LGBT de BH?
Eu sou uma das pessoas mais ativas na questão LGBT em BH. Por isso sou coordenador de duas entidades.que lutaram pelos direitos alcançados nos últimos anos e hoje já sou visto como alguém que sempre dialoga principalmente fora do movimento para o avanço dessas leis.
Na Câmara Municipal de BH, vamos apresentar projetos e não somente apresentá-los. Vamos dialogar com os.outros vereadores para que sejam aprovados. Não adianta apresentar um projeto e ser sectário, isso é cortina de fumaça. É preciso apresentar e fazer convencimento para ele passar. O que não é feito até hoje.
Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do PSB. Qual o compromisso do partido com a pauta LGBT?
Eu, nos últimos meses, assumi a secretaria do Segmento LGBT Socialista no Estado. Sempre fui uma pessoa que constrói das bases e esse é um grande diferencial.
Essa secretaria pode orientar os mandatos. Quanto ao partido, existe no seu estatuto a exigência da defesa da população LGBT. Claro que precisa de gente para fiscalizar e cobrar, mas esse perfil de enfrentamento eu tenho há anos.
Fora da questão LGBT, quais suas três principais propostas a população de Belo Horizonte?
O turismo em BH tem potencialidade e precisa ser explorado. A educação primária é de extrema importância num país onde os índices são baixos neste quesito e a saúde acessível precisa de alguns acertos já que há erros pontuais. Cuidarei desses três pontos que são essenciais para uma cidade se tornar cada dia mais progressista.
Você é grande crítico de pessoas héteros e cisgêneros que dizem lutar por LGBT. De onde vem essa opinião sua?
A crítica não é bem essa. Eu critico a falta de pertencimento e apoio a pessoas que lutam todos os anos, quase todos os dias. Há candidatos que fundaram entidades, compram brigas e.agem diretamente para cuidar dos casos de discriminação e pagam um preço enorme por isso, até ameaças, para, na época de eleição, surgirem pessoas oportunistas se.dizerem pró-LGBT e nada terem feito para merecer nosso voto.
Inclusive, algumas são apoiadas por "lideranças LGBT", que pregam protagonismo o.ano inteiro e.na época eleitoral apoiam um heterossexual em.pleno 2020. Onde está o protagonismo? Onde está essa tal representatividade que todo mundo diz nos discursos? É bem contraditório e bem estranho.
Você é de esquerda. Caso a prefeitura seja ocupada por alguém de centro ou de direita, você prevê atuar em confronto ou em composição com o Poder Executivo? Como concretizará essa sua postura?
Sou uma.das poucas pessoas que conheço que conquistei a liberdade de não apoiar o candidato que a chapa do meu partido participa caso ele tenha discursos conservadores. Acredito que o atual mandatário seja reeleito e, apesar de estar num partido conservador, que vota junto com o presidente da República, ele tem algumas posturas progressistas.
Quanto a posturas conservadoras e contra LGBT no Executivo, convido a conhecerem minha história. Embora a maturidade ter me trazido uma outra forma de luta que é pelo convencimento e não o grito, eu sempre digo que "da luta não me retiro".
E o enfrentamento será feito porque nunca deixei de defender a pauta LGBT. Nem mesmo quando fiquei cego de um olho. Me tratei o mais rápido possível e retornei á luta. Até mesmo na pandemia nunca deixei de atender e ajudar a resolver e encaminhar os casos de homofobia e ransfobia.
AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay BH de entrevistar todas candidaturas LGBT à Câmara Municipal de BH.
Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.