Até a quarta-feira 5 vista pelo movimento LGBT como assessora da bancada evangélica e opositora à criminalização da discriminação contra o segmento, a advogada Damares Alves encerrou a quinta-feira 6 com falas que atendem as principais bandeiras das entidades ativistas.
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E não foi um um dia qualquer: foi a data de seu anúncio como futura ministra da Mulhere, Família e Direitos Humanos no governo Jair Bolsonaro (PSL).
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Em coletiva de imprensa, logo após a confirmação de seu nome para o cargo, Damares admitiu que a temática LGBT é delicada para ela por conta de sua religião, mas fez declarações alinhadas com o que defende o movimento arco-íris.
"Se precisar, estarei nas ruas com as travestis. Se precisar, estarei na porta das escolas com LGBT que sofrem discriminação. Esse governo tem compromisso contra a violência contra quem quer que seja, inclusive contra LGBT."
Em reportagem em O Globo, Damares foi além: defendeu a inclusão de trans no mercado de trabalho e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
"É essencial ter um diálogo com a travesti que está na rua, que está se prostituindo. Será que está lá por opção, ou porque não ingressam no mercado de trabalho? Será que não está na hora de a gente começar a ver esse ser, que foi por tantos anos discriminado, e se perguntar: por que, para o (sic) travesti, sobra só a prostituição?"
A respeito do matrimônio, ela tratou o assunto como superado. "Isso é uma questão que já está praticamente definida no Brasil. É uma conquista deles. Direitos conquistados não se discute mais. Então, pra mim, é uma questão vencida."
Ao mesmo tempo, ela se coloca inicialmente contra importante demanda de pessoas trans.
"Minha preocupação é com a menina, não entendo que seja oportuno que uma menina de cinco anos sente em um vaso que um travesti sentar antes, essa pessoa faz xixi em pé. Não podemos discriminar, e entendo que nos banheiros masculinos acontecem brincadeiras e agressões contra trans. Essa questão é delicada, não sei dizer como pode ser resolvida", disse ao Uol.
Para o presidente da Aliança Nacional LGBTI+, Toni Reis, que conhece Damares por conta da atuação dele no Congresso Nacional em defesa da cidadania do segmento, a posição é de diálogo, mas há estratégia caso a composição não seja possível.
"Vamos conversar. A respeito do bullying contra LGBTI, por exemplo, é fato e temos pesquisas. De toda forma, caso não se chegue a um ponto ideal, teremos Ministério Público, a Justiça. Retrocessos é que não vamos admitir", disse Reis à nossa reportagem.