Prefeito reeleito de BH, Alexandre Kalil (PSD) falou de sua participação na parada LGBT da capital e atacou pessoas homofóbicas em entrevista ao programa Roda Viva na segunda 30.
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Ao falar sobre processo judicial na capital mineira que tenta apagar pintura de temática negra em prédio, o mandatário incluiu a questão gay.
"O mundo está boçalizado. Eu sou neto de imigrante, eu sofri segregação. Os únicos que aceitaram ser amigos do meu avô e da minha avó eram negros. O que eu vou fazer com boçal? Com quem acha que não pode haver parada gay?"
Antes, a marcha já tinha sido tema de pergunta. Kalil foi questionado a respeito das críticas que recebeu por participar da Parada do Orgulho LGBT de BH.
"Eu sou prefeito de todos. Não só abrir a parada gay como fui o primeiro prefeito da história de BH a abrir a parada gay, fui o único", afirmou.
De fato, em seu primeiro ano na Prefeitura, Kalil participou da 20ª edição da marcha, em 2017, tornando-se o primeiro mandatário da cidade a prestigiar o evento. E ele também marcou presença nos dois anos posteriores - 2018 e 2019. (Em 2020, por causa da pandemia da covid-19 a parada não foi às ruas e ganhou apenas edição virtual).
Em todo o Brasil, apenas três prefeitos de capitais foram a uma marcha do orgulho em 2019, Kalil, Bruno Covas (PSDB), de São Paulo, e Álvaro Dias (PMDB), de Natal.
"Todo mundo tem medo. O político tem medo", continuou o prefeito. "Você mexe com gay, evangélico vai te odiar. Você vai na Marcha para Jesus, e o gay vai te odiar. Passo muito bem por esses caminhos, porque tenho parentes que amo e são gays."
"Uai, eu sou prefeito de todo mundo, fui eleito tá? Tive voto de gay, de padre, de evangélico, de macumbeiro, de todo mundo, pô. Sou prefeito de todo mundo."
