"Foi sendo ambulante que fui lutar quando nenhum emprego me aceitava por eu ser mulher negra lésbica." Essa é uma das frases que Kênia Ribeiro, candidata a vereadora pelo Psol, usa para falar da trajetória dela.
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E não se trata de detalhe. Defender o trabalho de vendedores ambulantes e a comunidade LGBT são duas de suas principais bandeiras, isso sem esquecer o objetivo de dar dignidade a pessoas de periferia. Chega-se ao ponto de Kênia se comprometer a doar 30% do salário de vereadora a projetos sociais.
Conheça mais as ideias da candidata na entrevista dela ao Guia Gay BH.
Em que acha que seu mandato pode contribuir para a cidadania arco-íris da capital?
Dar maior visibilidade à causa LGBTQIA+, fazer ações de combate à LGBTfobia, realizar projetos de desenvolvimento local que promova o respeito às diferenças e assegure avanços nas pautas LGBTQIA+, em especial no que se refere à segurança.
Também focarei em ações de incentivo ao trabalho às pessoas LGBTQIA+ e promoção ao atendimento diferenciado para a saúde da mulher trans, assim como existe de forma específica para as mulheres cisgêneros. Quero trabalhar também contra a evasão escolar dos LGBTQIA+.
E é necessário ter locais de acolhimento, um espaço de respeito e de apoio com plenitude e tudo que é de direito.
Quem votar em você vai ajudar a eleger pessoas do PSOL. Qual o compromisso do partido com a pauta LGBT?
O partido faz enfrentamento à violência contra a população LGBTI. Temos infraestrutura e gente qualificada e com uma boa formação pra fazer um atendimeto digno.
Fora da questão LGBT, quais suas três principais propostas a população de Belo Horizonte?
Ter atuação contra o racismo, contra o capitalismo e em defesa dos camelôs e ambulantes.
Você é uma pessoa da periferia e se coloca como voz desse segmento. Como vê o fato de que pessoas pobres não colocarem no poder político gente do meio delas?
As pessoas de um modo geral têm estado vulneráveis a cada dia no que se refere à política em nosso pais.
Na realidade, os candidatos que têm uma condição financeira melhor têm capacidade de uma campanha com maior visibilidade.
Além disso, eles têm mais recursos para contratar pessoas de influência.. Tudo contribui para que os eleitores se confundam, mas, nas últimas eleições isso tem mudado, o que é muito gratificante.
Temos hoje no meio político, LGTQIA+, o povo negro, indígenas, artistas representantes de várias áreas.
Eu acredito que a cada eleição se fará mais representatividade vindo das periferias, das classes menos favorecidas, pois a população tem entendido que temos de nos unirmos. Uma nova política tem de nascer.
Ser vereadora vai te colocar no protagonismo de discussões de temas tais como orçamento municipal, gestão ambiental, mobilidade. Como pretende construir seu conhecimento para votar projetos e fiscalizar a prefeitura nesses assuntos?
A nossa bandeira são políticas sociais e fazer um mandato coletivo. Vamos promover mecanismos para que o povo opine, participe. Vamos criar instâncias para construir essa participação, fazer assembleias abertas em praças públicas, rodas de conversa, debates pela internet.
Ser vereadora vai me colocar em protagonismo de discussões, para isso, pretendo estar sempre em palestras e estudos que me deixem não só com o conhecimento em dia, mas com a mente em prática. Terei estudos e assessoria qualificada.
AVISO: Esta entrevista faz parte de projeto do Guia Gay BH de entrevistar todas candidaturas LGBT à Câmara Municipal de BH.
Todas as candidaturas recebem três perguntas iguais e duas específicas, que podem coincidir ou não, a depender dos partidos e dos perfis das pessoas pleiteantes.