Em frente ao Congresso Nacional. Em uma das avenidas mais famosas da nação. Em volta de coretos de pequenas cidades. Em uma das tríplices fronteiras do País. Em ilha. Em comunidades carentes. Em 2019, o orgulho LGBT foi para as ruas em diversos lugares do Brasil por volta de três centenas de vezes.
Curta o Guia Gay BH no Facebook
Levantamento feito pela Rede Guiya, responsável pela edição deste guia e outros quatro, identificou 297 paradas LGBT realizadas no ano passado.
Trata-se da listagem mais completa de marchas do orgulho feita no Brasil, um dos países do mundo que mais respeitam os direitos LGBT.
O autor do estudo, o jornalista, ativista LGBT e sócio-proprietário da Rede Guiya Welton Trindade explica que o correto é dizer que houve ao menos 297 marchas, pois pode ser que algumas não tenham sido mapeadas.
"De toda forma, esse número já faz das paradas as maiores manifestações cívicas da história do País. Nenhum outro movimento social ou político conseguiu fazer tantos atos no intervalo de um ano e com tantos participantes. Apenas a parada de São Paulo levou 3 milhões de pessoa para as ruas. E tal marca das paradas vem de longe, de mais de década"
O levantamento mostra que as paradas não são fenômenos restritos a grandes centros urbanos e a regiões mais desenvolvidas economicamente.
Trindade continua: "Foram identificadas marchas tanto na quase totalidade das capitais quanto em municípios de cerca de 5 mil moradores. Há muitos atos no Sudeste e Sul, mas Nordeste e Norte também são palco para dezenas e dezenas de paradas. A diversidade de orientação sexual e identidade de gênero está na diversidade geográfica. Houve atos em todos os Estados e no DF."
As unidades da Federação que mais fizeram paradas em números totais foram São Paulo (54 marchas), Bahia (52), Rio de Janeiro (33), Pará (24) e Rio Grande do Sul (19).
Salvador foi a cidade que mais realizou marchas arco-íris em 2019: 21. É característico da cidade haver caminhadas em bairros.
"Em análise não oficial não encontrei nenhuma outra cidade no mundo que faça tantas caminhadas LGBT quanto a capital baiana", disse Trindade, que também é diretor da América do Sul da Interpride, rede mundial de paradas.
"Assim, o Brasil tem tanto a maior parada do mundo, a de São Paulo, quanto a cidade que mais faz marchas no planeta, Salvador", afirma o jornalista.