A Prefeitura de BH publicou orientação no Diário Oficial do Município a respeito de fantasias no carnaval, falou de transfobia e causou polêmica.
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O quinto ponto do documento tem como título "Trans-fake - Homem vestido de mulher". O texto afirma que essa "moda" é preconceituosa contra transexuais e "apenas reforça os estereótipos de gênero e relações de poder".
A orientação, no entanto, não é compartilhada sequer pela Associação de Travestis e Transexuais de BH, que não entende haver preconceito em homens vestidos de mulher no carnaval.
A discordância é vocalizada pela vice-presidente da entidade, Luiza de Carvalho, que deu entrevista ao Jornal Hoje, da TV Globo.
"Eu vejo preconceito desde o momento que atinja as pessoas verbalmente, coisas assim. Mas visualmente, eu não acredito não", disse .
Outro não veio do fundador da Banda Mole, um dos blocos de carnaval mais tradicional de Belo Horizonte e que se caracteriza por homens vestidos como mulheres.
"Agradecemos muito ao conselho, mas não vamos seguir", disse Luiz Mário Jacaré.
"Senão, acaba com a Banda Mole", continuou. "O carnaval não tem regra. A regra é ter bom humor."
O texto chama-se "Nota de orientação para práticas não racistas no carnaval" é assinado pelo Conselho Municipal de Igualdade Racial (Compir), vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania.
São abordados sete pontos, como "Blackface não é fantasia!" e "Cigano é legal só no carnaval?", que rechaçam o uso de perucas blackpower, dreadlocks e moedas douradas na folia.