Nesta terça-feira 17, o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, voltou a citar de forma negativa Madame Satã, conhecido gay na cena boêmia carioca no século passado.
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No Twitter, Camargo escreveu: "A partir desta quarta-feira, a Palmares anunciará a inclusão de militares e policiais negros na lista, que se destacaram por seus feitos de natureza heroico/patriótica. Madame Satã e Marighella nunca serão nossos heróis. Somos pró-policia, lei e ordem."
Em outubro, Camargo excluiu o famoso marginal e artista gay do rol de homenageados da fundação.
À época, ele escreveu: "Alguém sabe se o ator Lázaro Ramos saiu em defesa do Madame Satã, criminoso que glamourizou no cinema? Condenado a 27 anos, a ficha criminal de Satã inclui três homicídios, agressões, furtos, portes de arma, e por aí vai... A Palmares não mais o homenageia, já Lázaro Ramos..."
A Fundação Palmares foi criada em 1988 para preservar a cultura negra. Na semana passada, Camargo anunciou que exluiria os nomes de Elza Soares e Gilberto Gil dos homenageados já que só persoalidades mortas receberiam a honraria. Ele divulgou a entrada de nomes como de Mussum, João do Pulo e Wilson Simonal.
Nascido em Pernambuco e batizado João Francisco dos Santos, Madame Satã viveu desde os 13 anos no Rio de Janeiro, onde se tornou uma emblemática figura da boêmia carioca e marginalidade do bairro da Lapa.
Foi casado, educou seis filhos de criação, mas era homossexual assumido. "Sempre fui, sou e serei", respondeu ele ao ser questionado se era homossexual pelo jornal O Pasquim, em 1971.
Madame Satã morreu de câncer de pulmão em 1976, aos 76 anos. Foi eternizado no cinema no longa homônimo, de Karim Aïnouz, em 2002, interpretado por Lázaro Ramos.