O salão de beleza que não aceitou fazer as sobrancelhas da vereadora trans Duda Salabert (PDT) sob argumentação que ela não é mulher, na segunda 25, pediu desculpas à parlamentar. A negativa ganhou mídia nacional.
"Nós, do salão Ana Araujo, tentamos contato com a vereadora Duda Salabert, porém não obtivemos êxito. Conversamos com a assessoria dela e eles informaram que no momento ela estava em reunião. Mas viemos por meio desse post pedir desculpas pelo ocorrido. Nós do salão repudiamos esse tipo de ato e todas as providências já estão sendo tomadas para que esse tipo de ato não ocorra mais", publicou o estabelecimento em suas redes sociais, nesta terça-feira 26.
Um dia antes, ao chegar ao local, no Shopping Cidade, no Centro de BH, a atendente afirmou que o local só tratava de sobrancelha de mulheres.
"A minha é feminina", esclareceu Duda. "Não atendemos homem", respondeu a funcionária.
Depois de dizer que era uma mulher trans, a parlamentar teve nova última recusa, desta vez com endosso de outras profissionais do local.
Sobre a Transfobia que sofri hj no @Shopping_Cidade. Fui fazer minha sobrancelha.
— Duda Salabert ? (@DudaSalabert) October 25, 2021
-Atendente: só fazemos sobrancelha feminina
-Eu: a minha é feminina.
-Atendente: não atendemos homem
-Eu: sou uma mulher trans.
-Atendente com endosso das funcionárias: não te atenderemos ??
Duda, então, foi à administração do centro de compras fazer reclamação.
Negativas como essa são punidas no Brasil dentro da Lei do Racismo, que protege LGBT da discriminação desde 2019. A pena pode chegar a cinco anos de prisão.
Lei municipal de 2001 também veda o não atendimento de indivíduos LGBT por estabelecimentos comerciais. São previstas multas e até fechamento definitivo do local.
O shopping divulgou nota dizendo estar consternado com o caso e lembrou que transfobia é crime.
"Nosso apoio é total à Duda, oferecendo suporte para quaisquer que sejam as medidas que ela queira tomar, além de assumir publicamente o comprometimento ao combate a atos discriminatórios de qualquer natureza", escreveu a empresa.
"Apesar do Shopping Cidade não ter decisão sob a contratação dos funcionários de cada uma das 200 lojas, com o ocorrido, vimos também a necessidade de ampliar as ações e assumimos o compromisso de estender o discurso e promover a conscientização de todas as 3.500 pessoas que aqui trabalham."
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