O relacionamento entre um homem cego e um jovem negro são o tema do espetáculo Glauco, que estreia nesta quinta-feira 21 em BH.
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A peça leva ao palco 14 sonetos do escritor paulistano Glauco Mattoso, que ficou cego na década de 1990, em decorrência de um glaucoma que sofria há anos, e quer dar visibilidade a LGBT que possuem decifiência visual.
O diretor Allan Calisto construiu uma dramaturgia que busca ampliar as possibilidades desta parcela da comunidade revelando suas experiências com o desejo, o sexo, o afeto, a violência e a solidão.
O espetáculo mostra a autonomia do corpo cego, que também possui prazeres, sentimentos, sonhos, contradições e diferentes gêneros e orientações sexuais, como toda pessoa.
Durante o processo de criação, que teve início em junho de 2018, nas salas de ensaio do Galpão Cine Horto, foram selecionados poemas de Mattoso que abordam temas como cegueira, invisibilidade social, sexualidade, gênero e fetiche.
Os escritos se alinham às experiências vividas pelo artista deficiente visual Dudu Melo e pelo também ator Vinicius Guedes, juntamente a uma pesquisa coreográfica proposta pelo bailarino Samuel Samways, que assina a coreografia e preparação corporal do trabalho, trazendo elementos do contato-improvisação e da dança contemporânea queer à cena.
Esta é a primeira produção da Pigmentar Companhia. O nome vem de retinose pigmentar, doença que levou Dudu Melo à cegueira, além da ideia de "pigmento de cor", trazida pelo ator e diretor negro Allan Calisto.
A companhia nasce junto com esse espetáculo e a proposta de Allan e Dudu é que a Pigmentar Companhia atue como uma plataforma artística, na qual em diferentes momentos diferentes artistas, em diferentes linguagens, possa se agregar.
A peça faz curta temporada na Funarte até domingo 24. Mais informações você tem em nossa Agenda clicando aqui.
