O ator Luis Lobianco denunciou ação de ativistas transexuais após apresentação do espetáculo Gisberta, no Teatro Rival, no centro do Rio de Janeiro.
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Em suas redes sociais, na sexta-feira 23, o ator disse que após a sessão "jogaram até cartaz em cima de mim enquanto a cortina fechava, chamaram meus convidados de assassinos, chamaram o público de criminoso, bateram grade e me impediram de falar com o público no fim".
E continuou: "Tinha coação pra que quem comprava ingresso na bilheteria desistisse. Tinha gente usando uma imagem de Marielle no oportunismo absurdo de criar em nós antagonismo à sua tragédia - logo nós! Tinha até trans convidada sendo xingada de 'trans transfóbica'."
Segundo Lobianco, grande parte da plateia do teatro que estava lotado, no entanto, apoiou sua performance "aplaudindo com mão forte". "Mais as lgbts aliadas batiam o cabelo comigo, na resistência, no amor! A resposta é real, no teatro! Ódio não, censura jamais! Ofender o público do Rival, que tiro no pé!"
O Teatro Rival, de propriedade da família da atriz Leandra Leal, foi palco do documentário Divinas Divas (2017), que marcou o reencontro de oito travestis e transexuais lendárias dos tablados cariocas, como Rogéria e Jane Di Castro, no mesmo espaço onde tiveram suas carreiras lançadas 50 anos atrás.
No início do ano, militantes trans protestaram contra o espetáculo na temporada em Belo Horizonte. O motivo é porque não há uma transexual no palco em uma peça que trata de uma pessoa trans - a brasileira Gisberta foi vítima de crime transfóbico em Portugal, onde morava, em 2006.
Em entrevistas e redes sociais, Lobianco, que é gay assumido, explicou que este foi um projeto pessoal dele, autorizado pela família de Gisberta. O ator não interpreta a transexual no palco, mas, sim, fala das vivências dela.