O prefeito de BH Alexandre Kalil (PSD) falou sobre o conservadorismo, reeleição e fez críticas ao governo de Jair Bolsonaro (PSL).
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Em entrevista ao Valor Econômico, Kalil foi questionado se o seu discurso à reeleição em 2020 se encaixaria em um País que elegeu Bolsonaro.
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"Eu sou neto de imigrante e me chamavam de turquinho no colégio. A única família amiga do meu avô era negra. E eles eram discriminados como nós. Então, não cabe no meu coração ser conservador", disse o prefeito.
"A parada gay, que também é realizada em Belo Horizonte, não incomoda ninguém, é uma festa como o Carnaval. Aqui vai ter aqui o campeonato de futebol gay e isso não incomoda ninguém. Assim como o Sermão da Montanha, que é um ato evangélico grande na cidade, não incomoda ninguém. Mas existe radicalismo dos dois lados."
"Eu proibi a coroação de uma santa transexual na porta da igreja católica da principal avenida da cidade. Isso seria uma agressão à religião e à igreja. Agora são assuntos periféricos, que assumem uma importância que eu não dou. Eu não vou falar sobre evangélico, sobre católicos, sobre gays."
O prefeito se refere à performance "Coroação da Nossa Senhora das Travestis - Um Ataque Literário", do grupo Academia TransLiterária, que foi cancelada um dia antes da realização na Virada Cultural de BH.
Kalil prossegue: "Vou falar quanto investimos em saneamento, que não falta remédio nos postos, que abrimos um hospital com quase 600 leitos, que reformamos 80 escolas, que nós aumentamos a quantidade da comida nas escolas. Isso é o que me interessa, essa é a minha plataforma."
Questionado se não vai tentar o governo do Estado, Kalil disse que prefere continuar o trabalho que tem feito na capital mineira. "Sou candidato à reeleição porque eu acho que podemos continuar fazendo o trabalho no governo sem mentira, sem sacanagem, sem radicalismos."
Para ele, Bolsonaro não fala para os 57,8 milhões de eleitores que o elegeram. "Porque o discurso que está sendo feito não é para os 57,8 milhões que votaram nele. Talvez seja para 8 milhões, ou para 7 milhões ou para 5 milhões."
"Existe um equívoco nacional de que o Brasil tem 57,8 milhões de radicais da direita. Isso é um equívoco, agride a inteligência mediana de qualquer um. Ele teve 57,8 milhões de votos. Eu não acho que tenha 57,8 milhões de pessoas que acham que todo mundo tem que andar com fuzil na mão. Eu tive voto do PT, tive voto do Bolsonaro, tive voto de evangélico. Sou prefeito eleito da terceira capital do país, tive voto de todo mundo. Como o Bolsonaro."