A vereadora trans Duda Salabert (PDT) declarou que não irá à Justiça contra o serviço de beleza que a discriminou e que não pedirá a demissão das funcionárias que se recusaram a atendê-la sob alegação de que ela é homem.
Curta o Guia Gay BH no Facebook
A parlamentar, que é professora por formação, disse acreditar no poder do ensino.
Mais
>>> Salão pede desculpas a Duda Salabert por tratá-la como homem
"Depois de reflexões e conversas decidi não fazer a denúncia formal contra o salão cujas funcionárias recusaram fazer minha sobrancelha pelo fato de eu ser uma transexual. Conclui que, nesse caso, a melhor ferramenta a ser adotada não seria a penal mas sim a educativa."
"Conversei com o Ministério Público, com o shopping e com a proprietária da loja a fim de que esse episódio de transfobia seja transformado em uma campanha educativa, a ser divulgada no Shopping Cidade contra a transfobia", escreveu Duda, em sua página no Instagram.
A vereadora contou ter ligado para a proprietária do estabelecimento, voltado ao público feminino, e pediu que ela não demitisse as funcionárias caso elas tivessem refletido e se arrependido do ocorrido.
"A proprietária disse-me que houve não apenas o arrependimento, mas também o pedido de desculpas e o comprometimento em ajudar na luta contra discriminação. Não estou diminuindo o peso da transfobia: recusar atendimento a uma trans pode se configurar como um crime inafiançável."
Duda afirmou que a proprietária do estabelecimento contou já ter ajudado e contratado diversos gays e lésbicas e que se comprometeu em ser aliada na luta pela defesa da dignidade das pessoas trans.
"Agradeço as milhares de mensagens de carinho que recebi. Reforço que transfobia é crime. Reforço que nem sempre o melhor caminho é o penal. Reforço também que acredito no poder transformador do diálogo, da palavra e da educação - por isso me tornei professora de literatura."
